Paraná

Paraná lidera destruição de Mata Atlântica

25 dez 2002 às 21:27

O Paraná foi o Estado recordista no desmatamento da Mata Atlântica brasileira, respondendo pela destruição de 44% do total de florestas entre os anos de 1995 e 2000. O Paraná desmatou nesse período 177.816 hectares ou o equivalente a 97 campos de futebol por dia. O total de área desmatada no Brasil foi de 403.253 hectares.

Os dados fazem parte do novo Atlas SOS Mata Atlântica, elaborado pela Fundação SOS Mata Atlântica, de São Paulo, e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgado ontem.


De acordo com a Fundação SOS Mata Atlântica, foram considerados no levantamento os remanescentes de florestas primárias que mantém a condição original, e secundárias em estágio médio e avançado de regeneração em oito estados brasileiros.


Essas formações florestais estão protegidas pelo Decreto 750/93, que proíbe a supressão de vegetação primária ou em estágio avançado de regeneração, nas florestas localizadas no Domínio da Mata Atlântica e restringe o uso nas florestas secundárias em estágio médio de regeneração.


O quadro de destruição, segundo o levantamento, é mais grave se for considerado somente o total de floresta primária e em estágio avançado de regeneração. Em cinco anos, o Paraná derrubou 60.146 hectares de mata nativa, restando apenas 8,2% da área original.


O diretor da Fundação SOS Mata Atlântica, Mario Mantovani, lembrou que no levantamento anterior, referente ao período de 1985 a 1990, o Paraná já havia se configurado como campeão de desmatamento de matas primárias.


Para Mantovani, uma das razões do Decreto 750/93 não ter conseguido frear o desmatamento no Paraná é a visão equivocada que o Estado tem do conceito de Mata Atlântica, considerando apenas as florestas que estão na região litorânea.


Ao divulgar a situação crítica da cobertura de Mata Atlântica no Paraná, Mantovani diz que espera chamar a atenção do governador eleito Roberto Requião (PMDB) que, para o ambientalista, já deu um importante passo ao propor o Decreto 750/93.

O secretário de Estado do Meio Ambiente, José Antônio Andreguetto, discorda dos números apresentados pela Fundação SOS Mata Atlântica. Segundo ele, a organização desconsidera no levantamento mais de 1 milhão de hectares de florestas que estão em parques como o de Foz do Iguaçu e na reserva de Mangueirinha. Andreguetto prefere confiar no levantamento feito pelo governo do Estado no Atlas Florestal do Paraná, que será lançado nesta quinta-feira.


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