A substituição das sacolas de plástico convencional nos supermercados começou a ser discutida no Paraná em março deste ano pelo Programa Desperdício Zero, coordenado pela Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Desde então, diversas redes de supermercados que atuam no Estado – como Condor, Muffato e Cidade Canção - já aderiram a soluções ambientalmente corretas, como a sacola feita com plástico oxi-biodegradável.
Segundo o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues,o objetivo destas discussões é encontrar alternativas que sejam menos prejudiciais ao meio ambiente, como a sacola oxibiodegradável que se decompõe em 18 meses. "Já o plástico convencional demora séculos para se degradar", informou.
Diariamente são utilizadas mais de 2,5 milhões de sacolas nos supermercados paranaenses – o equivalente a 20 toneladas de plástico. Material que é depositados no meio ambiente, seja em aterros sanitários ou abandonadas em fundos de vale, rios e terrenos baldios, gerando um grande passivo ambiental.
"Esta é uma preocupação mundial. Recentemente a cidade americana de San Francisco, na Califórnia, baniu as sacolas plásticas dos supermercados. Foram proibidas em outros países também. É importante estar atento a essa necessidade global", completou o secretário.
Um dos primeiros países a estabelecer uma regulamentação para o uso das sacolas plásticas foi a Irlanda, em 2002 – onde é cobrada uma taxa pelo uso das sacolas plásticas que é revertida em investimentos em projetos ambientais. Em outros países, incentiva-se o uso da sacola de pano, que é utilizada por mais tempo, ou de papelão, que pode ser reciclado, para o transporte das mercadorias.
De acordo com o secretário, não importa se os supermercados passem a usar a oxi-biodegradável ou sacolas de pano. "O que realmente importa é a mudança de atitude. Afinal, o que nos preocupa são as 20 toneladas de plástico, um dos maiores problemas ambientais da atualidade, que são colocadas em aterros sanitários ou lançadas no meio ambiente sem qualquer responsabilidade", afirmou.
Desperdício Zero – O programa Desperdício Zero foi lançado em 2003 com o objetivo de reduzir em 30% o volume de resíduos depositado nos aterros sanitários paranaenses – cerca de 20 mil toneladas a cada dia. Uma de suas primeiras ações foi a identificação dos materiais que chegavam em grandes quantidades nos aterros sanitários. Sacolas plásticas, embalagens longa vida, pilhas e baterias, papel, materiais de construção civil, pneus, lâmpadas fluorescentes, metais, orgânicos, vidros, óleo lubrificante são alguns dos resíduos que mais se acumulavam nos aterros sanitários, segundo esta pesquisa.
Com base neste diagnóstico, o programa vem trabalhando na chamada 'logística reversa', convocando fabricantes e distribuidores dos principais tipos de resíduos para aproximá-los das recicladoras - que utilizam o que é lixo para o fabricante como matéria-prima para criar outros produtos.
Assim, em março deste ano a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos se associou ao Ministério Público Estadual para cobrar dos grandes geradores de resíduos – como redes de supermercados, fabricantes de embalagens longa vida e também de óleo lubrificante, por exemplo – suas responsabilidades sob a destinação final dos produtos que comercializam ou distribuem.