O Paraná é o terceiro estado com maior número de municípios que adotam a tarifa zero no transporte coletivo, atrás de São Paulo e Minas Gerais.
Por aqui, 11 cidades usam o chamado passe livre nos ônibus: Cianorte, Clevelândia, Ibaiti, Itaperuçu, Ivaiporã, Matinhos, Paranaguá, Pitanga, Quatro Barras, Rio Branco do Sul e Wenceslau Braz.
A gratuidade vem sendo debatida na Câmara Municipal de Londrina desde novembro, quando o presidente do Legislativo, Emanoel Gomes (Republicanos), apresentou um projeto de lei que prevê a tarifa zero.
Leia mais:
Pais de Karoline e Luan pedem indenização de quase R$ 2 milhões ao Governo do Paraná
Provas do concurso da Sanepar serão aplicadas em nove cidades do Paraná neste domingo
Idoso morre após ser atropelado por caminhonete na BR-369, em Jataizinho
Ibiporã continua à espera de ambulatório veterinário
Pela proposta, seria criado um fundo para custeio do benefício, com recursos da prefeitura, governo do Estado e União. A medida, que passaria a valer em 2027, é analisada pela Frente Parlamentar para Viabilização do Programa Tarifa Zero.
RECURSOS
Em entrevista à FOLHA, o prefeito Marcelo Belinati (PP) afirmou ser favorável ao passe livre no transporte da cidade. No entanto, ponderou que é preciso cautela para verificar de onde sairiam os recursos.
“É uma ideia muito bacana. Eu creio que todas as cidades do Brasil gostariam de praticar a tarifa zero. Mas não existe nada de graça. O custo do transporte em Londrina é de aproximadamente R$ 215 milhões por ano. Você teria que analisar de onde vem as fontes para arcar com esses custos. E são recursos que poderiam ser utilizados em outras esferas da administração como saúde, educação, asfalto ou outras políticas públicas. O transporte é uma política pública importante, mas a grande dificuldade é onde conseguir R$ 215 milhões para praticar a tarifa zero”, considerou.
A mesma análise é feita por Marcelo Cortez, presidente da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização). Desde o último dia 1º de janeiro, o município aumentou o valor da tarifa para R$ 5,75.
“Acho a discussão válida, pois o transporte coletivo passa por um momento difícil em todo o país. No entanto, a forma com que se discute precisa acontecer dentro da legalidade, em especial, das fontes de custeio”, pontuou.
DISCUSSÕES POLÍTICAS
O professor Lafaiete Santos Neves, doutor em Desenvolvimento Econômico pela UFPR (Universidade Federal do Paraná) e especialista em transporte coletivo, avalia que as discussões que envolvem a tarifa zero nas cidades são políticas e carecem de força de vontade dos gestores.
“O prefeito de São Paulo implantou a tarifa zero aos finais de semana no domingo, já temos 11 cidades no Paraná com tarifa zero, então não há desculpa alguma. A decisão é completamente política para não se indispor”, afirmou à FOLHA.
Leia a reportagem completa na FOLHA DE LONDRINA: