Municípios do Vale da Ribeira e da região centro-sul do Paraná poderão ser os primeiros beneficiados com as políticas de segurança alimentar, que farão parte da versão estadual do programa Fome Zero. Até agora essas foram as regiões apontadas como mais críticas em termos de produção econômica e concentração de pobreza pelo grupo da Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Promoção Social, que está levantando os indicadores paranaenses.
A informação foi passada nesta quarta-feira pela titular da Coordenadoria de Projetos Especiais de Enfrentamento da Pobreza da secretaria, ex-vereadora de Curitiba Zélia Passos, durante reunião com os técnicos envolvidos no trabalho e representantes do Programa de Voluntariado Paranaense (Provopar). Ela disse que a priorização das áreas, no entanto, terá que passar pelo aval do governador Roberto Requião (PMDB).
Zélia afirmou que as propostas de segurança alimentar a serem implementadas pelo governo do Estado ainda estão sendo estudadas. As únicas definições até agora são quanto à utilização dos recursos arrecadados pela campanha ''Fome Zero - Faça essa idéia crescer'', lançada pela Copel no início do mês, e do trabalho conjunto com outras secretarias e instituições da sociedade civil organizada.
O economista do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), do Rio de Janeiro, Francisco Menezes, participou do encontro repassando informações sobre como está estruturado o Fome Zero do governo federal. Ele participou da elaboração do programa e também é membro do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea).
Menezes lembrou que, este ano, o Paraná não será atendido com o ''cartão-alimentação'', principal proposta das políticas locais previstas no Fome Zero, que prevê o repasse de R$ 50,00 para famílias com maior vulnerabilidade nutricional. A prioridade serão as 1,5 milhão de famílias do semi-árido, onde o programa já foi iniciado pela cidades de Guaribas e Acauã, no Piauí.
O Paraná, segundo o economista, poderá ser beneficiado ainda este ano com outras propostas do Fome Zero como a de atender -provavelmente com cestas básicas- comunidades que vivem em acampamentos rurais, indígenas e quilombos.
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