O arcebispo de Maringá, dom Murilo Krieger, disse hoje (04/07) que não vai mais permitir que a prefeitura utilize a imagem da Catedral como atração turística da cidade. A atitude é uma resposta ao pedido de devolução feito pela administração municipal do dinheiro usado no pagamento das contas de energia elétrica da Catedral nos últimos cinco anos. O caso foi parar no Ministério Público, que investiga a subvenção, vedada pela Constituição Federal, do poder público a "templos religiosos".
Principal cartão postal de Maringá, a Catedral atrai cerca de um milhão de visitantes por ano. Construída em forma de cone com 124 metros de altura, a igreja é considerada o monumento mais alto da América Latina e está na lista dos 10 primeiros do mundo. Para dom Murilo, "é inconcebível" o fato de a prefeitura querer classificar, a partir de agora, a Catedral como um "templo qualquer". "Essa igreja é o rosto da cidade", ressaltou o arcebispo.
No fim do mês passado, técnicos da prefeitura constataram que o município pagou nos últimos cinco anos cerca de R$ 154 mil - ou R$ 170 mil em valores atualizados - pelas contas de água e de luz do consumo interno da Catedral. Para tentar resolver a questão, a prefeitura informou a Mitra Arquidiocesa, pediu a separação dos relógios de água e luz e a devolução do dinheiro. Para dom Murilo, toda a polêmica formada pela prefeitura "só pode ser sinônimo de burrice ou de má-fé".
* Leia mais em reportagem de Marta Medeiros na Folha do Paraná/Folha de Londrina desta quinta-feira