Ataque em Cambé
A boa notícia é que a Internet está muito mais na mente das pessoas. Segundo o Datafolha, quase 1 em cada 5 brasileiros de 14 anos ou mais diz que usa a Internet, ainda que eventualmente, e de qualquer lugar (casa, trabalho, outros). Assim, já seríamos 23 milhões de internautas em agosto de 2001. Ou seja, mais que triplicamos em dois anos, se compararmos com o Datafolha equivalente de 1999.
O número da Jupiter Research estimado para dezembro de 2001 foi de 16 milhões de pessoas em todo o território nacional e de todos os locais de acesso via PC. As projeções futuras da Jupiter são tradicionalmente conservadoras e são forecastings baseados em várias fontes e modelos econométricos. A penetração Jupiter é de 9% sobre a população geral. Para comparar, a do Datafolha é de 13,5% se contarmos também o total da população geral brasileira.
O que aconteceu com a Internet nacional? Como uma pesquisa pode mostrar tanto crescimento, superando forecastings como o da Jupiter?
Uma coisa é crescimento em usuários leves, experimentadores, gente que hoje já pode dizer "uso a Internet" com algum conhecimento de causa. É excelente, mas estas pessoas não são impactadas regularmente por essa mídia... Outra coisa é como se comportam aqueles que de fato usam nos últimos 30 dias. E esse é o número mensalmente publicado pela outra área da Jupiter Media Metrix, a de medição de audiência.
Aí, vemos um fenômeno interessante - a Internet tem visto um crescimento apenas moderado se considerarmos só os 10 principais mercados brasileiros, uso a cada mês, em casa. Estamos aos poucos nos aproximando dos 6 milhões de usuários domiciliares já há alguns meses. E as pessoas que usam em casa são a maioria - 70% dos internautas brasileiros dos 10 mercados.
Não quer dizer que não haja crescimento maior em outras áreas - no trabalho, com amigos, ou mesmo fora dos 10 mercados metropolitanos. Mas há outra diferença interessante que pesa bastante - o estudo Media Metrix é telefônico, domiciliar, enquanto o do Datafolha intercepta pessoas em pontos de tráfego. Os pesquisadores conhecem bem um fenômeno que vem dessa diferença de metodologia (não estou defendendo uma versus a outra, só comentando efeitos).
Quando você entrevista alguém em casa, pega pessoas com todos os tipos de comportamento (dos novidadeiros aos acomodados). Quando entrevista na rua, aquela parcela da população que costuma sair pouco de casa (que muitas vezes tende a ser menos aberta a experimentação, menos propensa a ser 'early adopter') acaba tendo menos voz. As pessoas com perfil dinâmico, trabalhadoras ou não, ficam com mais peso. Então, o resultado da pesquisa funciona mais como antena - o que a massa das pessoas fará (que é o que os mais dinâmicos já estão fazendo).
Outra questão interessante - o Datafolha tem a boa notícia de que 77% das pessoas dizem que acessam pelo menos uma vez por semana e que 21% acessam todos os dias. Este é o dado declarado, que tende a ser superior ao verificado. Na Media Metrix, com dados de medidor e não de lembrança, são 68% das pessoas acessando ao menos uma vez por semana e só 5 % todos os dias (28 ou mais dias no mês).
O número da Jupiter Research estimado para dezembro de 2001 foi de 16 milhões de pessoas em todo o território nacional e de todos os locais de acesso via PC. As projeções futuras da Jupiter são tradicionalmente conservadoras e são forecastings baseados em várias fontes e modelos econométricos. A penetração Jupiter é de 9% sobre a população geral. Para comparar, a do Datafolha é de 13,5% se contarmos também o total da população geral brasileira.
O que aconteceu com a Internet nacional? Como uma pesquisa pode mostrar tanto crescimento, superando forecastings como o da Jupiter?
Uma coisa é crescimento em usuários leves, experimentadores, gente que hoje já pode dizer "uso a Internet" com algum conhecimento de causa. É excelente, mas estas pessoas não são impactadas regularmente por essa mídia... Outra coisa é como se comportam aqueles que de fato usam nos últimos 30 dias. E esse é o número mensalmente publicado pela outra área da Jupiter Media Metrix, a de medição de audiência.
Aí, vemos um fenômeno interessante - a Internet tem visto um crescimento apenas moderado se considerarmos só os 10 principais mercados brasileiros, uso a cada mês, em casa. Estamos aos poucos nos aproximando dos 6 milhões de usuários domiciliares já há alguns meses. E as pessoas que usam em casa são a maioria - 70% dos internautas brasileiros dos 10 mercados.
Não quer dizer que não haja crescimento maior em outras áreas - no trabalho, com amigos, ou mesmo fora dos 10 mercados metropolitanos. Mas há outra diferença interessante que pesa bastante - o estudo Media Metrix é telefônico, domiciliar, enquanto o do Datafolha intercepta pessoas em pontos de tráfego. Os pesquisadores conhecem bem um fenômeno que vem dessa diferença de metodologia (não estou defendendo uma versus a outra, só comentando efeitos).
Quando você entrevista alguém em casa, pega pessoas com todos os tipos de comportamento (dos novidadeiros aos acomodados). Quando entrevista na rua, aquela parcela da população que costuma sair pouco de casa (que muitas vezes tende a ser menos aberta a experimentação, menos propensa a ser 'early adopter') acaba tendo menos voz. As pessoas com perfil dinâmico, trabalhadoras ou não, ficam com mais peso. Então, o resultado da pesquisa funciona mais como antena - o que a massa das pessoas fará (que é o que os mais dinâmicos já estão fazendo).
Outra questão interessante - o Datafolha tem a boa notícia de que 77% das pessoas dizem que acessam pelo menos uma vez por semana e que 21% acessam todos os dias. Este é o dado declarado, que tende a ser superior ao verificado. Na Media Metrix, com dados de medidor e não de lembrança, são 68% das pessoas acessando ao menos uma vez por semana e só 5 % todos os dias (28 ou mais dias no mês).