O operário João Batista de Souza, 30 anos, morreu soterrado nesta segunda-feira, por volta de meio-dia, numa obra de tubulação de esgoto na Avenida Cândido de Abreu, em Curitiba. O terreno estava encharcado e, com o tráfego pesado a sua volta, acabou desmoronando em cima do operário da Fieng Engenharia e Construção Ltda., que prestava serviços à Sanepar. Testemunhas reclamaram da lentidão no atendimento do Corpo de Bombeiros.
Outro operário que também estava na valeta conseguiu escapar a tempo. Pedro Batista Lamargo disse que percebeu um pedaço do barranco desmoronar atrás dele, saiu do local rapidamente e gritou para o colega que estava tudo desabando. Mas não houve tempo para que João Souza saísse da valeta. Lamargo teria corrido para buscar ajuda de outros operários que trabalhavam a alguns metros dali.
Enquanto os bombeiros não chegavam, os próprios operários tentavam tirar a terra. "Ele poderia ter sido salvo, mas quando os bombeiros chegaram não nos deixaram mais ajudar", disse o operário Antonio Paulo de Moura. Os estudantes Flávio de Medeiros, 20, e Patrícia Almeida, 22, estavam revoltados com o Corpo de Bombeiros. "Fiquei indignado com a falta de pressa deles, colocando errado os equipamentos e tirando a terra com a maior calma", disse Medeiros.
O tenente Jonas Emmanuel, do Corpo de Bombeiros, disse que até o salvamento chegar já haviam se passado pelo menos 10 minutos, quando a chance de sobrevida é muito pequena. Além disso, o uso de máquinas oferecia o risco de um novo desabamento, além de poder dilacerar o corpo. Só depois de 20 minutos de trabalho manual, é que a máquina foi utilizada.
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