O embate entre governo do Estado e bingos, que já dura quase um mês, teve nesta terça-feira mais um episódio desfavorável para os empresários do setor.
Amparados com mandados judiciais de busca e apreensão, policiais civis e militares fecharam, nesta terça-feira, oito casas de bingo, em Curitiba.
Todos os equipamentos e materiais de sorteios e jogos, incluindo 88 máquinas de videoloteria (caça-níqueis), além de computadores e R$ 32,1 mil em cédulas e moedas, foram apreendidos.
Ao reabrir os estabelecimentos, os proprietários, segundo o delegado-adjunto da Divisão Policial da Capital, Benedito Gonçalves Neto, desrespeitaram a ordem de fechamento imposta pela Justiça há mais de duas semanas.
Na ocasião, nove bingos que tinham voltado a funcionar com base em uma liminar judicial tiveram ''termos de lacração'' fixados nas portas.
O Kennedy Center Bingo, o primeiro a desreipeitar o lacre, teve seus equipamentos apreendidos por ordem judicial no dia 29 de abril.
De acordo com Gonçalves, a operação foi estruturada de forma que as equipes chegassem simultaneamente nos oito bingos para que os proprietários não tivessem tempo de tomar qualquer medida que impedisse a ação da polícia. Segundo ele, não hove resistência por parte dos empresários.
''Ordem judicial não se discute. Cumpre-se'', acrescentou.
Foram fechados ontem os bingos Millenium Vilage, Bingo das Flores, Big Bingo, Bristol Golden Bingo, Village Bingo Batel, Las Vegas Bingo Show, Palácio Center Bingo e Cristal Palace Bingo.
Este último, segundo o delegado, não precisou ser lacrado, pois já havia retirado as máquinas de jogo, mantendo apenas a parte da danceteria e restaurante funcionando.
Os proprietários vão responder a processo no Juizado Especial Criminal. O equipamentos apreendidos foram depositados judicialmente na Academia Policial Militar do Guatupê.
Os donos dos bingos fechados nesta terça-feira haviam retomado as atividades no último final de semana, acreditando ter respaldo de uma decisão da 3ª Vara Federal do Espírito Santo para explorar as salas de videoloteria.
As empresas Brasbin Comercial, Importação, Exportação e Serviços Ltda. e Rebin Eletrônica Ltda., fornecedoras das máquinas, teriam autorização judicial para explorá-las em todo o País, segundo informações passadas pelo Sindicato dos Bingos do Paraná (Sindibingo).
O vice-presidente do Sindibingo, Luiz Eduardo Dib, taxou a operação de fechamento dos bingos como ''arbitrária'' e ''truculenta''.
''Não há respeito por uma decisão federal. Parece que o Paraná não faz parte da federação'', criticou.
Dib alega que os bingos estavam fechados. O que estava em funcionamento, segundo ele, eram as salas de videoloteria com as máquinas que tinham proteção judicial.