As Organizações Não-Governamentais (Ongs) Amigos das Águas e Associação do Meio Ambiente de Araucária (Amar) estudam a possibilidade de ajuizar uma ação civil pública contra a Marmoraria Água Verde, caso fique comprovada a retirada irregular de granito em um terreno no município de Tunas do Paraná, na Região Metropolitana de Curitiba. As entidades receberam denúncias de que a empresa estaria explorando de forma irregular o solo em área particular de mananciais de águas. A reportagem da Folha entrou em contato com a Marmoraria duas vezes, mas não obteve retorno de seus proprietários.
Jorge Ram, membro da Amigos das Águas, acredita que a pedreira pode estar causando danos ao ambiente. "O morro que ela está explorando é divisor de águas", diz. No local, de acodo com ele, passa o Rio das Tuneiras. As entidades vão procurar nos próximos dias o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e Mineropar para verificar se a empresa possui licenciamento e estudos ambientais da região.
A aposentada Jurema Zoraide Machado também está com processo judicial contra a marmoraria, que estaria explorando um terreno de 13,3 hectares de propriedade dela e mais cinco irmãos. Ela alega que a marmoraria está retirando o granito sem consentimento e sem aguardar parecer do perito designado pela Justiça para apurar possíveis danos ambientais. Em 16 de junho deste ano, ela ingressou com nova ação pedindo "impugnação ao pedido de lavra". Atendendo o pedido, o juiz Paulo Fidalgo da comarca de Bocaiúva determinou perícia e intimou a empresa a prestar declarações.
A marmoraria teria autorização para a exploração. O engenheiro Dauro Nogueira, nomeado pelo para a perícia, ainda não fez a vistoria, que deve estar pronta no início de julho.