Para driblar o mau cheiro e o gosto forte da água fornecida pela Sanepar, escolas, restaurantes e hospitais estão adotando medidas alternativas, que vão desde a utilização de água mineral até campanhas de conscientização.
Nas escolas a água tem sido uma preocupação a mais para os diretores. "Ainda não sabemos ao certo se ela pode provocar problemas de saúde nas crianças", diz a diretora da Escola Municipal Theodoro de Bona, Célia Maria Tissot, no bairro Atuba, em Curitiba. De acordo com a diretora, os 306 alunos estão sendo orientados a não beberem água da torneira. A escola também está adquirindo um novo filtro para prevenir impurezas.
Célia conta que o gosto ruim da água pode ser sentido até no café. Professores também estão orientando os 1,4 mil estudantes da Escola Estadual Silveira da Motta, a maior de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Os professores e funcionários só estão bebendo água mineral. A assistente administrativa Marial Elane Pires conta que na semana passada um professor teve infecção intestinal por causa da água.
Outra alternativa de captação também é uma solução para driblar o problema. Além do abastecimento da Sanepar, o Hospital Pequeno Príncipe utiliza um poço artesiano e trata toda a água utilizada. Há duas semanas, quando foi percebida a alteração no cheiro e no gosto, a administração do hospital optou por utilizar apenas o poço.
A alteração da água está provocando prejuízos para alguns restaurantes. Uma lanchonete do bairro Bacacheri está utilizando água mineral para todos os procedimentos. O gerente Lourival dos Santos espera que "a Sanepar resolva logo o problema".
Mas muitos ainda têm dúvidas sobre o que fazer. Alguns dizem que esperam a água "baixar" na caixa para que o gosto ruim seja atenuado. "Não temos como ferver toda a água utilizada. Isso é inviável", diz Leif Massari, dono de um restaurante no bairro Batel, em Curitiba.