O sucesso da novela "Laços de Família", cuja personagem Camila sofria de leucemia e foi salva graças a um transplante de médula óssea, fez aumentar o número de pessoas dispostas a se tornarem doadoras no Paraná. Depois que o assunto foi abordado em horário nobre na TV, a Central de Transplantes, em Curitiba, passou a receber uma média de 250 telefonemas diários. Antes, as ligações se resumiam a pedidos de informação vindos de pessoas que queriam ajudar algum conhecido portador da patologia.
Nos quatro hemocentros paranaenses credenciados a coletar sangue para o exame de tipagem genética que indica a compatibilidade, localizados em Curitiba, Londrina, Maringá e Cascavel, a procura também aumentou. Em Curitiba, a média passou de 3 para 40 coletas diárias. Em Londrina, foram atendidas 98 pessoas entre 22 de janeiro e 6 de fevereiro, enquanto a média de atendimento mensal costumava ficar em torno de 40 coletas. Apenas os laboratórios da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e do Hospital das Clínicas (HC) de Curitiba estão aptos a examinar o sangue coletado.
Há duas semanas, o Ministério da Saúde começou a veicular uma campanha para incentivar as doações, com imagens da personagem Camila cortando os cabelos por causa da leucemia. Desde então, o Centro de Transplantes do Instituto Nacional do Câncer, no Rio de Janeiro (RJ), passou a receber quatro vezes mais telefonemas diários. No Brasil, são feitos 600 transplantes de medula óssea anualmente e aproximadamente mil pessoas estão na fila de espera por uma medula compatível.