A nafta que vazou pode causar danos irreparáveis ao meio ambiente. Essa é a opinião da geóloga geoquímica Alexandra Andrade, diretora técnica da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS). "Ela altera os seres que vivem no mar, provocando mutação genética dos peixes e prejudicando toda a cadeia ecológica."
Para as pessoas, a nafta também pode provocar problemas hepáticos e renais, se inalada. O risco é menor do que se o vazamento fosse em um ambiente fechado, mas são o figado e os rins que são prejudicados ao tentar eliminar a toxina do organismo.
Técnicos do Centro de Estudos do Mar da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Capitania dos Portos estavam estudando a retirada da pedra na qual bateu o "Norma". Segundo o diretor de Estudos para Ecotoxicologia Aquática do Centro de Pesquisas de Processamento de Alimentos da UFPR, Jackson Bassfeld, elas já tinham sido diagnosticadas como um local vulnerável da baía. Ele disse que visitou o local e não encontrou vestígios de animais mortos. "Se eles aparecerem, deve ser a partir de amanhã (sexta-feira)."
"Isso não pode ser chamado de acidente. Foi um erro inadmissível provocado pela negligência da Petrobras", afirmou o diretor executivo da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), Clóvis Borges. Segundo ele, a empresa é responsável pelo treinamento de sua equipe. "O fato de se dizer que o erro foi de um funcionário não exime a Petrobras de responsabilidade."
Borges criticou o atendimento ao caso. Ele afirmou que não havia lanchas especializadas e equipamentos necessários só chegaram três horas e meia depois do vazamento. "Onde está o plano de contingência da Petrobras?" Para Borges, a empresa não aprendeu com os acidentes anteriores. "Acabamos com um sentimento de frustração, pois as coisas se repetem e nada é feito."