O movimento de mulheres de policiais militares promete para este sábado a paralisação total das atividades operacionais e administrativas de todos os batalhões de Curitiba, Londrina, Ponta Grossa, Cascavel, Maringá, Rio Negro e Lapa.
É que nesta sexta-feira vence o prazo dado pelas mulheres para que o governo do Estado apresentasse uma solução para o problema salarial dos praças (de soldado a subtenente). Desde o governo Álvaro Dias, foi cortada a Gratificação PM Especial dos praças. Mas 552 deles conseguiram o direito de receber o benefício na Justiça. As mulheres querem que o Estado equipare todos os salários, concedendo a gratificação para toda a tropa.
Na madrugada, as mulheres passaram momentos de tensão em frente ao quartel da Polícia Militar em Curitiba. Elas dizem que foram coagidas e agredidas por P-2 (polícia secreta e descaracterizada). Eles teriam fotografado e feito ameaças veladas para as manifestantes.
Um deles, ainda não indentificado pelas mulheres, teria apontado um revólver para elas e avisado que o choque seria acionado para tirá-las dali. "Eles não nos surpreenderam. Desta vez nós também fizemos fotos deles e vamos revelar. Queremos que o comando tome providências contra eles. Não podemos ser ameaçadas sob qualquer hipótese", afirmou irritada Lúcia Maria Sobral, uma das participantes do protesto.
Nesta sexta, as manifestantes fecharam o Centro de Operações Policiais Militares (Copom) e impediram a troca de turno. O 12º Batalhão da PM também foi fechado. A partir deste sábado, elas acreditam que a polícia páre completamente.
"Sem o Copom, a polícia pára. Não tem como continuar atuando", explicou Lucia. As mulheres aguardam a adesão de outras participantes a partir de hoje, quando o protesto poderá ser considerado como paralisação dos quartéis. "Quero ver o que vai acontecer. Temos certeza que o governo - como nós - não quer ver o Paraná transformado numa Bahia. Queremos negociar", salientou, referindo-se à recente greve da PM naquele Estado.
O secretário-chefe da Casa Civil do Estado, Alceni Guerra, informou que o governo apresentou um plano emergencial para a categoria com a promessa de pagamento de R$ 100,00 para horas extras e gratificação especial para os policiais do Batalhão de Polícia de Guarda dos Presídios (BPGD). "O governo não pode fazer mais nada agora. O assunto está encerrado", afirmou ele, ao lembrar que os protestos feitos em outros estados terminou com o caos e a volta do trabalho da PM sem o atendimento das reivindicações solicitadas.