Uma portaria do Ministério da Saúde, em vigor desde o dia 2 de janeiro, está regulamentando o cadastro de doadores de medula óssea no País. O resultado será a ampliação da lista de doadores voluntários, que passa a ser única e nacional, e o consequente aumento da possibilidade de encontrar doadores compatíveis.
No Paraná, os doadores voluntários que antes se cadastravam no Hospital das Clínicas, agora devem se cadastrar no Hemocentro (banco de sangue existente em todos os Estados). Os exames serão encaminhados ao Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).
Outra mudança proporcionada pela Portaria 1315/00 do Ministério da Saúde é que os exames realizados pelos voluntários passam a ser custeados pelo governo federal e não pelos Estados, como era feito anteriormente. "O Estado não tinha condições de bancar todos os exames, que custam cerca de R$ 400,00, e isso acabava limitando o cadastro", explica a coordenadora da Central Estadual de Transplante Ivana Kaminski.
Desde 1997, a Central de Transplante do Paraná cadastrou 4 mil doadores de medula óssea. Nenhum deles teve o transplante efetivado. Isso acontece, esclarece Ivana, pela dificuldade em encontrar doadores compatíveis. De acordo com a Central de Transplantes, a proporção da efetivação de um transplante é que de cada cem mil doadores, apenas um pode ser compatível.
Desde o dia 2 de janeiro já foram cadastrados 60 doadores voluntários no Hemepar, vinculado ao Hemocentro, somente na Capital. Na última segunda feira, os exames passaram a ser feitos também em Londrina, Maringá e Cascavel.
Segundo a diretora do Hemepar, Elizabeth Ciechomski, apenas dois laboratórios do Paraná são cadastrados para realizar os exames de compatibilidade. O do Hospital das Clínicas, instituição que realiza 70% dos transplantes de medula óssea no Brasil, e o da Universidade Estadual de Maringá (UEM).
De acordo com o Hemepar, até o final do ano mais vinte unidades de saúde do Estado devem ser cadastradas para realizar os exames. Interessados em ser doadores de medula óssea podem obter informações no disque-saúde pelo telefone 0800 611997 e na Central Estadual de Transplantes (0xx41) 232 5740 ou (0xx41) 262 7676.
Leia mais em reportagem de Katia Michelle, na Folha do Paraná desta sexta-feira