Paraná

MST faz protesto pela morte de Tiãozinho

23 nov 2000 às 10:58

Integrantes do Movimento Sem-Terra em Ponta Grossa fizeram ontem um protesto em frente ao prédio onde reside Wilson Ferreira, proprietário da fazenda Água da Prata, em Querência do Norte. Eles acusam Wilson de ser o mandante do assassinato do trabalhador rural Sebastião da Maia, 38 anos, que levou um tiro na cabeça na manhã de segunda-feira. "Quem arma seus seguranças está incentivando a violência", destaca um dos líderes do movimento na região, Célio Rodrigues.

O protesto começou em frente a Catedral, na Praça Marechal Floriano Peixoto. De lá, carregando faixas, uma bíblia e uma vela, os sem-terra seguiram para a frente do prédio onde mora o fazendeiro. A vela foi deixada na entrada do prédio.


Rodrigues diz que Tiãozinho, como era conhecido o assentado, estava jurado de morte por ser uma liderança na região. Segundo ele, em 99, quando foi feita a primeira desocupação da fazenda, a polícia já procurava por Tiãozinho.


"Alguns meses depois fomos a Brasília e contamos ao então secretário nacional de Direitos Humanos, José Gregori, que ele estava sendo ameaçado", lembra Rodrigues.


Para os integrantes do movimento em Ponta Grossa, o Paraná está vivendo um esquema de repressão jamais visto no estado. "Ora somos ameaçados pela polícia, ora pelos jagunços."

A Pastoral do Mundo do Trabalho também participou do protesto. "Estamos prestando nossa solidariedade pela morte de um trabalhador rural, porque Deus é um Deus trabalhador e não um Deus da burguesia e do latifúndio", pregou o frei Walter José Mitz. Wilson Ferreira não estava na cidade ontem.


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