A procuradora do Ministério Público (MP) do Trabalho, Margaret Mattos de Carvalho, encaminha nesta quarta-feira à procuradora geral de Justiça, Maria Teresa Uille Gomes, uma denúncia contra a Fundação de Ação Social (FAS) de Curitiba.
A denúncia, que é subscrita por mais 40 entidades, garante que pessoas atendidas pela FAS sofreram agressões e maus-tratos e aponta que duas morreram nas dependências da entidade.
A polêmica em torno da atuação da FAS acirrou-se na semana passada, quando a Câmara Municipal de Curitiba aprovou uma mensagem do prefeito que transferiu o controle das creches para crianças de zero a 6 anos da Secretaria Municipal da Criança para a fundação.
''É inconcebível repassar o controle das creches para uma instituição que não respeita os direitos humanos'', afirmou Margaret.
A procuradora anexou à denúncia laudos do Instituto Médico-Legal (IML) comprovando que um idoso morreu devido a espancamento, supostamente cometido por funcionários da FAS.
Outros laudos indicam espancamentos sofridos por três adolescentes que foram atendidos pela entidade. Além disso, segundo a denúncia, um deficiente mental teria cometido suicídio.
A presidente da FAS e primeira-dama de Curitiba, Marina Taniguchi, afirma que em todos os casos os procedimentos investigativos realizados não apontam para mau comportamento dos funcionários da fundação.
''Foi comprovado que o idoso foi espancado fora das dependências da FAS, após voltar para as ruas'', explicou Marina.
O presidente da FAS afirmou que os outros incidentes ocorreram dentro da FAS, mas sem participação de funcionários.
''Os adolescentes iniciaram a briga dentro da delegacia e começaram a se agredir. O segurança teve que intervir para evitar que atingissem as outras pessoas do local. E quanto ao deficiente mental, ele já havia tentado suicídio outras vezes, mas dessa vez foi impossível impedi-lo. São coisas que todas as entidades que trabalham com pessoas em situação de risco sabem que, às vezes, são impossíveis de evitar'', comentou Marina.