O Ministério Público (MP) estadual ofereceu denúncia contra 12 pessoas envolvidas no conflito entre trabalhadores rurais sem-terra e seguranças da fazenda Coqueiro em Foz do Jordão, ocorrido no último dia 2. Após um tiroteio, dois sem-terra morreram e um segurança e um sem-terra ficaram feridos. A fazenda é de propriedade da Trombini Florestal.
A denúncia foi oferecida pelo MP de Guarapuava contra o proprietário da empresa GWS Segurança e Vigilância, funcionários da fazenda e os próprios seguranças que participaram da ação. Os nomes dos denunciados não foram divulgados. Segundo o promotor Mauro Alcione Dobrowolski, o MP sustenta a tese de que os sem-terra foram vítimas de uma emboscada, o que caracterizaria homicídio qualificado.
Baseado nas investigações realizadas pela polícia na fazenda, os promotores descartaram a possibilidade dos sem-terra terem iniciado o tiroteio, como alegavam os seguranças. ''Não foram encontradas armas com os sem-terra. O ferimento no braço de um dos seguranças pode ter sido disparado acidentalmente por outro segurança'', afirmou Dobrowolski.
Paralela a denúncia, os promotores do MP entraram com dois outros processos. O primeiro é voltado contra o proprietário da GWS, pelo fato de duas armas encontradas na fazenda estarem irregulares, sendo que uma tinha inclusive a numeração lixada. O segundo é um pedido de suspeição contra o juiz Austregésilo Trevisan, que determinou a liberação de dois funcionários da fazenda que estavam sendo mantidos sob prisão preventiva.
A reportagem tentou contato com a empresa GWS, mas foi informada que os responsáveis pelo assunto estavam viajando. A reportagem também buscou contato com a Trombini, mas a advogada responsável pelo caso não estava disponível para comentar o assunto.