Trabalhadores da CCD Transporte Coletivo S/A, uma das empresas responsáveis pela operacionalização do sistema de ônibus da capital paranaense, aprovaram, em assembleia realizada na noite de terça-feira (8), um indicativo de greve parcial.
Segundo o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), que representa a categoria, a paralisação pode acontecer caso a companhia não faça o pagamento integral do salário do mês de dezembro em até 72 horas, ou seja, até a meia-noite de sábado (10). Ainda de acordo com o Sindimoc, os vencimentos dos 1.076 funcionários empregados pela CCD, antiga Viação Cristo Rei, deveriam ter sido quitados na segunda-feira (7), o que não aconteceu.
"Não foi efetuado nem o pagamento do salário, nem do vale alimentação. O que foi depositado foi apenas o adiantamento salarial, de 40%. A empresa fez a proposta de pagar o restante em parcelas, mas isso foi rejeitado pelos trabalhadores", afirmou o vice-presidente do sindicato, Dino César.
Ele estima que os ônibus da companhia representem de 15 a 20% do sistema de transporte de Curitiba. A CCD opera principalmente as linhas da região leste, nos bairros Capão da Imbuia, Cajuru e Vila Oficinas. Estão sob responsabilidade da companhia, ainda, as linhas Pinhais, Boqueirão e Centenário/Campo Comprido.
Outro lado - O representante legal da CCD, Carlos Alberto Sarracha de Castro, informou que a companhia pagou o 13º e parte do salário de dezembro, restando agora apenas um residual, que deveria ter sido pago anteontem. "Acredito que essa situação toda vai estar resolvida até a próxima sexta-feira", afirmou.
Para Castro, o maior problema no imbrólgio é que o transporte coletivo urbano de Curitiba é deficitário, "uma bomba-relógio prestes a explodir". "No final do ano passado, algumas empresas enfrentaram problemas para pagamento no 13º, o que gerou uma audiência no Ministério Público do Trabalho. Nessa audiência, foi exigido que o 13º fosse pago em no máximo quatro parcelas até 29 de dezembro. E, naquela ocasião, a empresa já alertou que o acordo geraria problema de fluxo de caixa", explicou.
Ele afirmou ainda que a CCD tem uma certidão negativa de débitos trabalhistas e que "sempre agiu com a máxima transparência". "O Sindimoc tem acompanhado toda essa situação, mas tem de defender a classe trabalhadora, porque ela é a parte mais fraca da relação", completou. (Atualizado às 12h50)