O ministro da Saúde, José Serra, lançou, nesta segunda-feira, em Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba, o programa Bolsa Alimentação, que se destina a prestar auxílio na complementação alimentar de crianças, mães e gestantes. O município é o primeiro do Paraná a receber o benefício. Inicialmente, o programa atenderá 42 crianças, de zero a seis anos de idade, e quatro gestantes e mães que estão amamentando.
A previsão do Ministério da Saúde é de estender o benefício para 136 mil paranaenses - 105 mil crianças e 31 mil gestantes e nutrizes-, o que corresponderá a um repasse anual de R$ 21,8 milhões ao Estado.
A proposta, informou Serra, é ampliar o Bolsa Alimentação para todo o País em 2002, diminuindo as carências nutricionais de aproximadamente 3,5 milhões de pessoas, com orçamento anual de R$ 572 milhões. "Criança que não é bem alimentada não tem um bom rendimento escolar. Queremos quebrar esse círculo vicioso", declarou o ministro ao esclarecer os objetivos do programa.
Ao todo, 243 bolsas-alimentação estão previstas pelo Ministério da Saúde para atender Quatro Barras. A expectativa do prefeito do município, Roberto Adamoski, é de que o programa se estenda, a partir do próximo mês, para outras 400 pessoas - aproximadamente 95 famílias - já cadastradas. Quatro Barras deve receber, anualmente, R$ 39,2 mil.
Para Curitiba o Ministério prevê a distribuição de 14 mil bolsas - 9 mil para crianças e 5 mil para gestantes e nutrizes -, totalizando R$ 2,18 milhões por ano. Outros três municípios da Região Metropolitana de Curitiba também deverão começar a receber o Bolsa Alimentação a partir de novembro. Serão 145 beneficiários - a maior parte crianças - em Adrianópolis, 1.538 em Pinhais e 916 em Fazenda Rio Grande.
O Bolsa Alimentação prevê o repasse de R$ 15,00 a R$ 45,00 por família que tenham renda per capita de meio salário mínimo (R$ 90,00). A mãe ou responsável pode retirar o benefício, com uso de cartão magnético, junto às agências da Caixa Econômica Federal.
A coordenadora técnica de alimentação e nutrição da Secretaria Estadual da Saúde, Terezinha Mafioletti, explica que, em contrapartida, a família terá que cumprir a "agenda da saúde, levando a criança pelo menos uma vez por mês a uma unidade de saúde para fazer o acompanhamento do desenvolvimento físico e psicológico e receber orientações quanto aos cuidados com a alimentação. A gestantes são obrigadas a fazer o pré-natal. O Estado é o responsável por gerenciar e supervisionar o andamento do programa nos municípios, assim como capacitar os agentes de saúde que farão o acompanhamento das mães e crianças.