O Ministério Público abriu um procedimento administrativo para apurar as circunstâncias da morte do idoso que morava no asilo Recanto do Tarumã, em Curitiba. A ossada do interno, que estava desaparecido desde fevereiro, foi encontrada no próprio jardim do albergue na terça-feira.
De acordo com a promotora Rosana Beraldi Bevervanço, coordenadora do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Defesa dos Direitos do Idoso, o Ministério Público vai acompanhar o inquérito aberto pela Delegacia de Homicídios e também fazer investigações paralelas.
"O caso é inusitado e ainda é muito precoce para saber de quem é a responsabilidade pelo ocorrido." A promotora espera o resultado da necrópsia e dos depoimentos para determinar um procedimento mais específico. "Quando soubermos a causa da morte, poderemos adotar uma ação ou um inquérito civil. A gama de procedimentos é grande, por isso precisamos de mais detalhes."
Os depoimentos de testemunhas na delegacia estão marcados para a próxima terça-feira. De acordo com o delegado de Homicídios, Noel Francisco da Silva, serão ouvidos um representante da direção do asilo, dois funcionários e um interno.
A ossada de José Copertino do Nascimento, 82 anos, foi encontrada na última terça-feira por um outro interno do albergue ao final de uma horta. A polícia reconheceu Nascimento por causa de documentos encontrados com o esqueleto. Ele estava desaparecido desde fevereiro. A Fundação de Ação Social (FAS), que havia encaminhado o idoso até o Recanto do Tarumã, que tem 120 internos, foi acionada pela direção e fez buscas nas ruas e em outros asilos, sem sucesso.
A polícia não descarta a possibilidade de homicídio. O delegado alega que houve, no mínimo, negligência. A assessoria de imprensa da FAS informou que o órgão fez tudo que estava ao seu alcançe na época em que o interno desapareceu do albergue. Ainda de acordo com a assessoria, o asilo não teria nada que o "desabonasse" e a FAS vai aguardar a conclusão do inquérito policial para tomar alguma atitude com relação ao assunto.