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'Já matei vários'

Ministério Público denuncia policiais por violência e ameaça a aluno do Colégio Militar de Imbituva

Redação Bonde
10 set 2021 às 15:31

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- Ricardo Chicarelli/Arquivo Folha
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Dois policiais militares aposentados foram denunciados pelo Ministério Público do Paraná pelos crimes de ameaça, vias de fato (violência física), violência arbitrária, submissão de adolescente a constrangimento, corrupção passiva e prevaricação (retardar ou deixar de praticar um ato de ofício para satisfazer um interesse pessoal). Os denunciados atuavam como monitor e diretor militar no Colégio Cívico-Militar de Imbituva, no sudeste do estado.


De acordo com a denúncia, protocolada na última quinta-feira (9), o monitor investigado retirou um aluno da aula para repreendê-lo, após ter desenhado uma folha de maconha e escrito a frase “vida loca” em sua carteira escolar. O monitor, segundo o Ministério Público, teria afirmado que "já tinha matado vários e que ele não iria fazer diferença”, e, ainda, teria agredido fisicamente o estudante com um soco na nuca. Ao retornarem para a sala de aula, o policial ainda teria submetido a vítima a constrangimento, obrigando-a a limpar a carteira escolar na presença dos demais colegas de classe e da professora.

Preocupados com a possível repercussão, tanto o monitor como o diretor militar do Colégio, também policial, teriam procurado a equipe de psicólogos, pedagogos e assistentes sociais que atuam no município, solicitando que o ocorrido não fosse levado ao conhecimento do Ministério Público. Os agentes também teriam pedido à secretária de Assistência Social para que “amenizasse” o relato sobre os crimes à Promotoria de Justiça.


Quanto ao diretor do Colégio Militar, o Ministério Público justifica que o policial não teria tomado as medidas necessárias ao descobrir as ações do monitor, além de tentar evitar a punição de seu subordinado. Somados a esses dois crimes, de corrupção passiva e prevaricação, o órgão ainda alega o crime de ameaça, visto que , em conversa com a secretária da Assistência Social de Imbituva, teria afirmado que “ficou sabendo que já teve um caso de uma criança da Casa Lar tacar fogo no carro do conselho, que 'Deus o livre' se fizer isso com meu carro, ainda bem que não tenho porte de arma”, insinuando, segundo o Ministério Público, que o adolescente poderia morrer, com um tiro, caso ele tivesse uma arma.

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