Os metalúrgicos da Bosch, localizada na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), afirmam que irão cruzar os braços na tarde desta quarta-feira (28), em repúdio ao assédio moral que vêm sofrendo por parte da empresa. Na última segunda-feira (26), os trabalhadores já tinham realizado protestos contra a flexibilização nos benefícios.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), por conta das manifestações aumentaram os casos de pressão, humilhação e ameaças aos funcionários.
Na tarde desta quarta, eles farão uma assembleia para relatar quais são as práticas de intimidação que estariam sofrendo. O SMC também informou que enviará hoje, para o coordenador geral do Comitê Mundial de Trabalhadores da Bosch, na Alemanha, Albert Löckle, denúncia relatando assédio moral e violação de direitos humanos na planta de Curitiba.
A mesma denúncia foi enviada para o IGMetall, entidade sindical que representa os metalúrgicos na Alemanha, para o governador do Paraná, Beto Richa, e para o secretário estadual do Trabalho, Luiz Cláudio Romanelli.
Reajustes - Entre as reivindicações dos trabalhadores estão aumento nos salários (3% de aumento real mais reposição da inflação) e abono de no mínimo R$ 3,5 mil mais correção salarial.
Outro lado - Na última segunda, a Bosch enviou nota à imprensa informando que apresentou uma contraproposta em relação aos termos dos trabalhadores. A proposta prevê reajuste de 7,5% referente ao INPC e aumento real, além de abono salarial no valor de R$ 3.500,00. Outro item que também foi apresentado, segundo a empresa, foi a antecipação da PLR 2013 - Participação nos Lucros e Resultados - a qual a empresa propõe um aumento de 7,5% em relação ao valor pago em 2012 para o cumprimento de 100% das metas.
"A proposta apresentada pela Bosch também prevê a flexibilização na jornada de trabalho para ser utilizada em momentos de crise, com a introdução de até 12 dias úteis de licença não remunerada, com desconto máximo de um dia por mês. A empresa esclarece ainda que a proposta de flexibilização apresentada é diferente da reivindicada pelo sindicato somente no que se refere à quantidade de dias (12 contra 10), e que esta se aplica a todos os cargos e níveis da empresa", diz a nota.
A Bosh também disse que, mediante a não apresentação das propostas da empresa em assembleias pelo sindicato, está avaliando os próximos passos a serem dados sobre este tema. "A empresa esclarece que respeita a liberdade de manifestação de seus colaboradores e se mantém aberta ao diálogo com o sindicato, com o qual sempre manteve um diálogo aberto e construtivo", completa o documento.