Metalúrgicos da Bosch realizam nesta segunda-feira (26), na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), protestos contra a flexibilização nos benefícios e o que chamam de tratamento diferenciado aplicado pela empresa. As manifestações acontecem durante as trocas de turnos (às 6h e 14h), em frente à fábrica.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), as ações, com duração de 1h, servem para colocar à tona o abismo entre duas realidades: a do chão de fábrica e a das chefias, gerentes e administrativos. O encaminhamento foi decidido em assembleia realizada na sede central do SMC, na manhã do ultimo sábado (24).
Para o presidente do sindicato, Sérgio Butka, os trabalhadores não podem dar um cheque em branco à Bosch para que ela continue "fazendo concessões a determinados setores". "Por isso vamos cobrar da empresa o fim deste tratamento diferenciado. Chega de pagar a conta para a mordomia de supervisores, gerentes e diretores da empresa", afirmou.
A mobilização teve início no dia 1º de novembro, quando os metalúrgicos autorizaram o SMC a iniciar as negociações salariais com a Bosch. Entre as reivindicações dos trabalhadores estão: aumento nos salários (3% de aumento real mais reposição da inflação) e abono de no mínimo R$ 3,5 mil mais correção salarial.
A unidade paranaense da Bosch, situada na CIC, produz bombas injetoras para sistemas a diesel e emprega cerca de 3,6 mil trabalhadores. A empresa possui mais três plantas no Brasil: duas em Campinas (SP) e uma em Aratu (BA). As unidades instaladas no país fabricam produtos para o mercado de reposição, ferramentas elétricas, sistemas de segurança, termotecnologia, máquinas de embalagem e máquinas industriais, além de prestar serviços automotivos para montadoras.
A empresa enviou uma nota em que informa que está em negociação com a categoria. Confira a nota na íntegra:
A Bosch informa que apresentou hoje, 26 de novembro, uma contraproposta em relação aos termos apresentados pelo Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos da Grande Curitiba.
A proposta da Bosch prevê reajuste de 7,5% referente ao INPC e aumento real, além de abono salarial no valor de R$ 3.500,00. Outro item que também foi apresentado foi a antecipação da PLR 2013 - Participação nos Lucros e Resultados - a qual a empresa propõe um aumento de 7,5% em relação ao valor pago em 2012 para o cumprimento de 100% das metas.
A proposta apresentada pela Bosch também prevê a flexibilização na jornada de trabalho para ser utilizada em momentos de crise, com a introdução de até 12 dias úteis de licença não remunerada, com desconto máximo de um dia por mês. A empresa esclarece ainda que a proposta de flexibilização apresentada é diferente da reivindicada pelo sindicato somente no que se refere à quantidade de dias (12 contra 10), e que esta se aplica a todos os cargos e níveis da empresa.
Mediante a não apresentação das propostas da empresa em assembleias pelo Sindicato, a Bosch está avaliando os próximos passos a serem dados sobre este tema.
A empresa esclarece que respeita a liberdade de manifestação de seus colaboradores e se mantém aberta ao diálogo com o sindicato, com o qual sempre manteve um diálogo aberto e construtivo. (atualizado às 19h23)