Depois de quase dois meses de férias, a rotina das grandes cidades começa a voltar à normalidade a partir dessa semana, com o retorno gradativo das aulas. É que como as escolas têm autonomia para decidir seus calendários escolares, há alunos que já estão começando as aulas, enquanto outros prolongam as férias por pelo menos mais uma semana.
Em Curitiba, metade das 134 escolas da rede municipal, com um total de cem mil alunos, está começando as aulas hoje. Mas é na próxima segunda-feira que a maioria dos estudantes volta às aulas. Tanto a rede estadual de ensino, com 1,5 milhão de alunos no Estado, como a privada optaram por iniciar as aulas no dia 12.
Na rede municipal, esta segunda-feira serviu para a realização de reuniões de planejamento sobre as atividades do ano. Reuniões semelhantes estão sendo feitas nas escolas particulares esta semana. Só em Curitiba são aproximadamente 600 estabelecimentos particulares, que englobam desde pré-escolas até universidades. Já os cursinhos, cujo calendário escolar de 2000 estendeu-se até o início deste ano, só iniciam as aulas a partir do dia 1º de março.
Com a volta às aulas, acaba também a tranquilidade no trânsito nas grandes cidades. Nos meses de férias, o tráfego de veículos na Capital cai até 17% em relação aos dias de aula. Com uma frota de 710 mil veículos, calcula-se que, em horários de pico, um terço destes carros, ou seja, 240 mil, circulem simultaneamente pela cidade. A previsão é de que a partir dessa semana, o fluxo de veículos volte a crescer em 10%, embora o movimento normal só seja esperado depois do carnaval.
Apesar da saturação do sistema viário, o diretor do Diretran José Álvaro Twardowski não acredita que o retorno das aulas implique em grandes congestionamentos na Capital, uma vez que o órgão está trabalhando com vários projetos preventivos nas escolas. Na rede privada, 53 escolas fazem parte da Operação Escola, existente desde 1997, que consiste em organizar o tráfego com cones nas ruas.
"Cada vez estamos nos especializando e estudando novas alternativas para os problemas que surgem. Esse método já entrou na cultura da cidade e não há mais congestionamentos nestas escolas", diz.
Na rede municipal, a Diretran está implantando o Projeto Escola, que consiste na realização de obras de infra-estrutura (construção de calçadas, recapamento de ruas etc) e reforço na sinalização vertical e horizontal de 54 escolas municipais consideradas mais críticas.
"Nossa preocupação é dar maior segurança a esses alunos, já que a maioria vai para a escola a pé", diz. Nesse sentido, 150 guardas municipais serão deslocados para auxiliar no trabalho de orientação do trânsito nos horários de início e encerramento das aulas. "Com tudo isso, já conseguimos reduzir bastante o número de acidentes e incidentes na frente das escolas desde 97", afirma.