O juiz Gilberto Ferreira, da 5ª Vara Criminal, decretou prisão preventiva do empresário Paulo Mandelli. Esse é o segundo mandado de prisão preventiva que Mandelli recebe em menos de 24 horas. O primeiro foi concedido quinta-feira pela Central de Inquérito de Curitiba.
Ainda assim, ele continua foragido. Os pedidos de prisão foram feitos pela Promotoria de Investigação Criminal (PIC) do Ministério Público Estadual, com base em denúncias de envolvimento do empresário nos crimes de sonegação fiscal, lavagens de bens, receptação qualificada e formação de quadrilha.
O promotor da PIC, Fábio André Guaragni, desconfia que Mandelli fugiu do País no último dia 13, quando o seu irmão Valdoir Pacheco Mandelli foi preso em Itajaí (SC). Para Guaragni, a prisão de Valdoir confirma que Paulo Mandelli estava cometendo os mesmos crimes de que foi acusado anteriormente. Há três semanas, ele recorda, a Comissão de Inquérito negou o pedido de prisão de Mandelli argumentando que as suas lojas estavam fechadas e que ele não representava mais risco para a ordem pública.
No entanto, afirma o promotor, na loja de autopeças de Itajaí, comandada por Valdoir, também foram encontradas peças de carros roubados. A loja tinha o mesmo nome do estabelecimento fechado em Curitiba (Motoralba Autopeças) e utilizava o mesmo caminhão para transporte que foi apreendido pela polícia, conforme informou o promotor.
Segundo relatório da PIC, Mandelli cometia os crimes há pelo menos dez anos. As investigações começaram em março, com operação conjunta da PIC e polícias Militar e Civil, e resultaram no fechamento das lojas de Mandelli em Curitiba, Foz do Iguaçu e Itajaí (SC).
Nesta sexta-feira, as polícias Militar e Civil realizaram busca em Camboriú (SC), onde Mandelli deveria estar, mas só foi encontrada a família. Ainda não se sabe o paradeiro do empresário e, até o final da tarde, o advogado de Mandelli, Osmann Arruda ainda não tinha se manifestado na 5º Vara Criminal. A Folha tentou entrar em contato com o advogado, mas ele não retornou as ligações.
Além dos crimes citados na 5ª Vara Criminal, Paulo e Valdoir Mandelli foram indiciados no relatório final da CPI Nacional de Narcotráfico por suposto envolvimento com crime organizado, roubo de carros e lavagem de dinheiro.