Paraná

Mais um homem morre à espera de vaga na UTI

31 jul 2003 às 20:43

A falta de vaga em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em Ponta Grossa, fez nesta quinta-feira mais uma vítima. Um homem de 55 anos deu entrada no Hospital Municipal com um quadro grave de hipertensão arterial a zero hora de hoje e morreu cerca de 15 horas depois. Esta foi a sétima morte no mês de julho.

O diretor de Atenção à Saúde do Hospital Municipal de Ponta Grossa, Amílcar Ruani, disse que, mesmo não tendo conseguido vaga, o paciente foi submetido a todos os procedimentos médicos que receberia em uma UTI. Porém, a gravidade do quadro não permitiu que a hipertensão, considerada maligna, fosse devidamente controlada.


Segundo Ruani, a equipe médica constatou pressão de 30 por 26, muito acima da normal que é de 12 por 8. Ele estava em coma vígil - com respiração normal e respondendo a estímulos -, o que levou os médicos a suspeitarem de um derrame cerebral. O paciente seria encaminhado para o centro de tomografia para confirmar o diagnóstico, mas acabou morrendo antes.


Ruani informou que a UTI Móvel, prometida pelo governo do Estado, já está em Ponta Grossa, mas ainda terá que ser equipada. A prefeitura também terá que treinar pessoal para atuar no atendimento. Ele não souber precisar o prazo para colocar o veículo em operação. Esta semana, mais quatro leitos de UTI foram abertos para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) em Ponta Grossa, que agora dispõe de 22 unidades.


O secretário de Estado da Saúde, Cláudio Xavier, está em Brasília para reivindicar junto ao ministro da Saúde, Humberto Costa, o credenciamento de 335 leitos de UTI no Paraná.

Dois pacientes atendidos no Hospital de Clínicas (HC), em Curitiba, ontem, teriam morrido à espera de UTI, segundo acusaram familiares das vítimas. O diretor-geral do HC em exercício, Celso Araújo, nega. Ele admitiu que não havia vaga para internação nas unidades para as quais os pacientes deveriam ser encaminhados, mas garantiu que, no setor de Pronto Atendimento, eles foram submetidos aos procedimentos de emergência. Um deles, de 52 anos, estava com hemorragia digestiva grave, e o outro, de 64 anos, apresentava derrame cerebral.


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