Paraná

Lixo reciclável dá emprego e financia obras sociais

08 ago 2004 às 17:21

Boa parte do lixo reciclável coletado pela Prefeitura de Curitiba vira dinheiro para entidades assistenciais. É que depois de separado pela Usina de Valorização de Rejeitos (UVR), localizada em Campo Magro (Região Metropolitana de Curitiba), os resíduos são vendidos e a renda (cerca de R$ 50 mil por mês) é revertida para o Instituto Pró-Cidadania.

A UVR recebe mensalmente 350 a 400 toneladas de lixo reciclável. Como chegam misturados em sacos ou sacolas de plástico, o primeiro passo é a seleção desse material.


Em uma esteira, os diversos produtos como alumínio, papel, plástico, tecido, espuma, são separados pelos funcionários. Depois de prensados, o material fica pronto para ser vendido.


O alumínio, obtido, por exemplo, com as latinhas de refrigerante, são vendidos a R$ 3,42 o quilo e as garrafas pet, a R$ 0,80. Segundo o gerente da usina, Alfredo Carlos Holzmann, para formar um quilo são necessárias 66 latinhas de refrigerante ou cerveja. E para juntar um quilo de garrafas pet é preciso juntar 61 unidades.


Holzmann ressalta a importância de, em casa, antes de separar o lixo, limpar o material reciclável. É só lavar, por exemplo, as embalagens tetra pak de suco, leite, as latas de molho de tomate.


Outras dicas, para evitar acidentes de trabalho entre os 64 funcionários da usina, é descartar o vidro dentro de caixas ou enrolados em jornal, assim como fechar a ''boca'' das latas de alumínio.


Dilma Ferreira Barros Bates, 34 anos, de Campo Largo, trabalha há quatro anos na usina. Na unidade, já é considerada expert em plástico e, com facilidade, consegue separá-los por critério de material e valor.


''O pet é o mais valorizado'', ensina. A ex-doméstica diz que está feliz trabalhando na usina e ganhando R$ 360,00 por mês, mais cesta básica e vale-transporte.


Nesses 15 anos de usina, muita coisa interessante foi colocada no lixo. Tanto que um museu foi criado no local para expor relógios antigos, fantasias, quadros, mapas, equipamento odontológico, máquina de costura, fotos, vestido de noiva e até a réplica de uma escultura pertencente ao Museu do Louvre, de Paris.

Como tudo ou quase tudo que chega à usina é aproveitado, o mobiliário que decora os escritórios veio do lixo. Os livros que chegam às esteiras da UVR são separados e formam, hoje, uma pequena biblioteca utilizada pelos funcionários e filhos de funcionários. No acervo há enciclopédias completas.


Continue lendo