Os ventos provocados na madrugada de ontem pela frente fria que chegou ao Paraná foram responsáveis pela formação de ondas de até dois metros de altura no Litoral do Estado. Apesar disso, o mar não avançou até o continente e não houve o registro de ressacas.
A ressaca só é formada quando as ondas passam dos cinco metros de altura em função dos fenômenos meteorológicos, e até astronômicos, que interferem nas marés. A previsão para é que os ventos, que são de intensidade moderada, persistam até sexta-feira em todas regiões do Estado, inclusive no Litoral.
Em alto mar, as ondas passaram dos quatro metros de altura. Segundo o meteorologista do Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar), Cezar Duquia, a Marinha já alertou os marinheiros que navegam do Litoral do Rio Grande do Sul até o Litoral São Paulo sobre os registros e as previsões.
Segundo o pesquisador do Centro de Estudos do Mar, Luiz Fernando Laufert, as ondas aumentaram de tamanho porque os ventos provocaram o represamento das águas do mar. Com isso, a maré subiu.
De acordo com ele, apesar dos ventos não estarem fortes, a intensidade não influencia no tamanho das ondas. "O mar ficou agitado porque os ventos estão constantes", disse.
O pesquisador explicou que existem dois tipos de marés. A maré astronômica, em que a gravidade (que é ocasionada pela movimentação da Lua e dos planetas) pode provocar o crescimento das ondas. E a maré meteorológica, em que os fenômenos meteorológicos, principalmente os ventos, ocasionam o aumento de tamanho das ondas.
Segundo Luiz Fernando, as duas ressacas que aconteceram este ano Litoral do Estado foram provocadas pela influência simultânea destes dois tipos de marés. Na última ressaca, em maio, o mar destruiu parte da região beira-mar de Matinhos, deixando várias famílias desabrigadas. A fúria da água derrubou muros, arrebentou ruas e calçadas e comprometeu a estrutura de várias casas.