O Ministério Público do Paraná apresentou nesta terça-feira (3) denúncia contra 33 pessoas acusadas de participação na rebelião da Penitenciária Estadual de Cascavel, ocorrida em agosto do ano passado, e que deixou o saldo de cinco mortos. Entre os denunciados, seis são apontados como os líderes do motim.
A rebelião, que durou cerca de 50 horas, foi iniciada em 24 de agosto e encerrada no dia 26 de agosto. Durante a confusão, além das cinco mortes, houve duas tentativas de homicídio, dois casos de vilipêndio de cadáver, 25 situações de tortura, além de prejuízos ao Estado, estimados em R$ 2 milhões.
Segundo os promotores de Justiça Eduardo Labruna Daiha e Guilherme Carneiro de Rezende, respectivamente da 5.ª e da 14.ª Promotorias de Justiça de Cascavel, que assinam a ação, os líderes do movimento foram denunciados por participação nas mortes, tentativas de assassinatos, vilipêndios, torturas, danos ao patrimônio público, além dos crimes de motim e formação de quadrilha. O MP-PR entende que a eles deve ser imputada a participação em todos os crimes, pois os seis tinham controle sobre os rebelados, indicando quem deveria morrer e de que forma. Os demais denunciados responderão em conformidade com a participação de cada um no motim.
Para fundamentar a denúncia, foram ouvidas cerca de 100 pessoas, entre detentos e servidores públicos, em sua maioria vítimas durante a rebelião.