Fracassou a primeira tentativa do governo em vender uma área de 12,8 mil hectares de florestas públicas e de reflorestamento de pinus, para arrecadar cerca de R$ 105 milhões aos cofres públicos. O leilão que estava marcado para ocorrer ontem à tarde, na capital, foi adiado porque não houve nenhuma proposta de interessados em adquirir as àreas.
As terras, que são formadas por áreas remanescentes de Mata Atlântica e de reflorestamento de pinus, pertencem ao Instituto de Florestas do Paraná, antiga Ambiental Paraná Florestas S/A, e estão localizadas nos municípios de Castro, Doutor Ulysses, Cerro Azul e Ponta Grossa. Oficialmente, a justificativa para realização do certame seria economizar para impulsionar outras áreas da economia do Estado. O leilão seria uma maneira de reverter o cenário atual, já que a floresta não estaria trazendo lucro e necessita de alto custo para manutenção.
Segundo o Instituto, a àrea teria dado prejuízo de R$ 8 milhões no último ano e, seria necessário o investimento de R$ 18 milhões para que a floresta voltasse a dar lucro para o Paraná. Conforme Benno Henrique Weigert Doetzer, diretor-adjunto da autarquia, a floresta de pinus já passou por três ciclos econômicos desde que é destinada ao reflorestamento. Ou seja, os pinus já foram cortados e replantados três vezes nos últimos trinta anos. Para manter a exploração da floresta, o governo teria que investir R$ 18 milhões e arcar com a possibilidade de prejuízo. O governo entende que não é função do Estado investir em exploração de madeira, por isso a necessidade da realização do leilão. ''As àreas têm um custo operacional muito alto, por isso foi decidido pelo leilão. Mas como o certame não ocorreu vamos aguardar qual será a próxima posição do governo'', disse Benno.
Crítica
Ambientalistas já haviam se posicionado contra a realização do leilão. Na semana passada, a Promotoria de Proteção ao Patrimônio Público de Curitiba recebeu uma denúncia sobre a realização do leilão, e instaurou um procedimento para verificar a legalidade do leilão, bem como os valores mínimos de avaliação dos terrenos, anunciados pelo governo. A Promotoria requereu documentos ao Instituto de Florestas do Paraná e notificou seu presidente quanto à existência do procedimento no Ministério Público do Paraná.
Ainda não há a definição de quando será realizado um novo leilão.