Uma decisão da Justiça garantiu que o desconto da contribuição da Associação de Defesa dos Policiais Militares Ativos, Inativos e Pensionistas (Amai) na folha de pagamento do Estado. No despacho, o repasse deve ser feito no prazo máximo de dez dias pela Secretaria de Administração.
A ação foi movida, porque este mês o governo estadual havia suspenso o repasse dos recursos da entidade, sob alegação de que a Amai patrocinou a manifestação das mulheres dos policiais militares, ocorridas há cerca de duas semanas. Está não é a primeira vez que o governo suspende o corte das contribuições de entidades de classes. Na última paralisação dos professores, a Associação dos Professores do Paraná (APP-Sindicato) sofreu represália.
"Foi uma represália do governo estadual, que colocou a responsabilidade da manifestação das mulheres do PM a Amai, quando na verdade não houve ajuda de custo ou apoio ao movimento", afirmou eliseu Furquim, presidente da entidade. A Folha procurou a Secretaria de Administração, cuja assessoria imprensa informou que a responsabilidade sobre essa ação é da Secretaria de Segurança. Na Segurança, a promessa era que um responsável do setor de recursos humanos vai procurar hoje o jornal. E no comando da Polícia Militar, nenhum responsável se pronunciou sobre o assunto.
Eliseu Furquim explicou que o governo agiu de maneira "autoritária, imperalista e facista", quando cortou o repasse. "Com essa atitude, a associação deixou de receber R$ 20 mil, que seriam usados para pagamento de pessoas, quitação de impostos e outras despesas", afirmou.
Furquim disse que a entidade, que conta com 11,5 mil associados, sentiu-se agredida. "Estamos abertos ao diálogo, como sempre fizemos", afirmou. A Amai informou que vem monitorando as conversações sobre as reivindicações dos PMs, solicitadas durante a greve.