A Justiça do Trabalho determinou, após ação movida pela Urbs (Urbanização de Curitiba), que haja uma frota mínima de ônibus durante a possível paralisação do transporte coletivo na capital, que pode iniciar na madrugada desta quarta-feira (26). Em caso de paralisação, os motoristas e cobradores de ônibus terão que manter 70% da frota em operação no horário de pico e 40% no restante do dia.
A decisão foi dada na tarde desta terça-feira (25), segundo informa a Urbs. O pedido inicial da empresa que gerencia o transporte público da capital era de que a frota mínima fosse de 80% nos horários de pico e 60% no restante do dia.
A assessoria de imprensa da Urbs explica que, para embasar a ação, a empresa disse que é necessária a frota mínima por causa da dependência do transporte público que muitos moradores da capital têm para se deslocarem diariamente. Para monitorar se os grevistas, em caso de paralisação, estarão cumprindo a determinação, a Urbs usará as câmeras de monitoramento de trânsito e transporte da cidade.
Por enquanto, segundo a Urbs, não há previsão de concessão temporária para motoristas realizarem transporte do tipo lotação. Essa situação, de acordo com a empresa, será monitorada durante o dia, se os motoristas e cobradores decidirem pela greve.
Reajuste da tarifa – a Urbs disse que acompanha as negociações entre patrões e empregados de perto, mas não tem poder para interferir nesses procedimentos. Porém, a empresa, que administra o transporte público da capital, aguarda as decisões para que se possa definir o reajuste da tarifa técnica do transporte público da capital e da Rede Integrada de Transporte (RIT).
A tarifa técnica é o custo real por passageiro, que é repassado para as empresas, diferente da tarifa social, que é cobrada dos usuários. O valor da tarifa técnica atualmente está em R$ 2,93 enquanto o passageiro paga pelo transporte R$ 2,70. O rombo de R$ 0,23 por usuário é coberto pelo subsídio pago pelo governo do Paraná aos ônibus da Região Metropolitana de Curitiba. Vale lembrar que governador Beto Richa determinou, no domingo (23), a renovação do subsídio, no valor de R$ 80 milhões durante o ano de 2014.
Segundo a Urbs, os salários, encargos e benefícios dos funcionários do transporte coletivo representam 47% da tarifa de ônibus da cidade. Por contrato, a prefeitura de Curitiba precisa definir até o dia 26 de fevereiro de cada mês o valor da tarifa técnica. Caso essa definição não saia por causa do impasse entre patrões e empregados para o reajuste salarial, a nova tarifa será definida após o fim da greve e o pagamento às empresas será retroativo, segundo a Urbs. (atualizado às 16h46)