Até 9 de junho
A presença cada vez maior das classes C, D e E no universo de pessoas que acessam à Internet deverá acrescentar novos formatos ao atual cenário da Web no mercado brasileiro, segundo análise de profissionais que atuam no setor. A democratização da rede ganhou um fôlego a mais na semana passada, quando o governo anunciou que concederá benefícios fiscais para a indústria fabricar modelos de microcomputadores a preços populares. A proposta é que os equipamentos tenham uma configuração básica com browser para navegação e editor de texto. A perspectiva é de que eles cheguem ao mercado no ano que vem. Além disso, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) propôs a cobrança de uma tarifa única de acesso à Internet, o que está sendo analisado pelo conselho diretor da entidade. Segundo Fernand Alphen, diretor de criação da F/Nazca, os resultados de maio e junho do Ibope Pop confirmam: o aumento da penetração da Internet já começou.
A repercussão dessas mudanças na comercialização dos espaços publicitários não é vista, pelo menos inicialmente, como algo que pode causar danos ao ainda frágil mercado publicitário online. Fernando Tassinari, diretor da Modem Media, considera que um dos principais atrativos comerciais da Internet ainda é a sua audiência qualificada, formada quase em sua totalidade por consumidores pertencentes as classes A e B. Esse discurso, no entanto, admite o executivo, serve a uma situação atual no mercado publicitário online. "Quando esse cenário mudar de fato e a participação das classes C, D e E for maior, o meio será vendido de outra forma, de acordo com a sua estrutura naquele momento", explica.
Ele acredita que a ampliação do perfil socioeconômico dos internautas deve estimular o interesse de um número maior de empresas em investir em ações de marketing online. De acordo com a avaliação de Tassinari, esse avanço das classes menos abastadas no mundo virtual deve fazer com que lojas que comercializam produtos mais baratos e simples descubram que a Internet pode ser um eficiente canal de vendas.
Para a diretora de negócios online da Age Comunicações, Elisa Calvo, o ambiente na Web reflete o perfil dos seus usuários. Dito isso, a executiva acredita que essa mudança é benéfica na medida em que o objetivo do anunciante é aumentar os seus pontos de contato com o seu consumidor, esteja ele onde estiver. "Se um número significativo de clientes de uma determinada empresa for usuário da Internet, certamente ela vai recorrer a essa ferramenta para chegar até o seu público", explica, ressaltando que essa democratização ainda é lenta.
O diretor comercial do Portal Terra, Marcos Caetano, descarta quaisquer resistências à popularização da Web. Segundo ele, essa ampliação é bem-vinda e agrega valor ao meio", comenta. Até porque, como explica Caetano, uma das características mais marcantes da Internet é a sua capacidade de segmentação de ambientes e, por isso, será necessário desenvolver formatos comerciais que se enquadrem à nova realidade. O executivo acredita que esse processo deve transcorrer sem problemas. "A Internet é a priori um meio segmentado, ou seja, quanto mais amplo for seu público, mais segmentos precisarão existir para atender a essa diversidade", explica.
Tassinari complementa: "Pode acontecer um fenômeno parecido com o que se deu nos shoppings centers, em que foram criados ambientes destinados para as classes A e B e outros para as C, D e E". Mas ele lembra que boa parte desses consumidores está pouco acostumada com a linguagem e o funcionamento das operações online, por isso o sistema deverá ser simplificado. "Teremos de usar menos palavras em inglês e reduzir o número de cliques."
Elisa não considera que os brasileiros mais pobres terão dificuldade para aprender a lidar com a Internet. Ele lembra que quando o uso do celular começou a se popularizar no Brasil também havia um temor de que as classes baixas teriam dificuldade para aprender a usá-lo. "Mas bastou reduzir o custo do uso e da compra do equipamento para que o celular ampliasse a sua presença em todas as classes sociais. Com a Internet, deve ocorrer o mesmo", sentencia.
A repercussão dessas mudanças na comercialização dos espaços publicitários não é vista, pelo menos inicialmente, como algo que pode causar danos ao ainda frágil mercado publicitário online. Fernando Tassinari, diretor da Modem Media, considera que um dos principais atrativos comerciais da Internet ainda é a sua audiência qualificada, formada quase em sua totalidade por consumidores pertencentes as classes A e B. Esse discurso, no entanto, admite o executivo, serve a uma situação atual no mercado publicitário online. "Quando esse cenário mudar de fato e a participação das classes C, D e E for maior, o meio será vendido de outra forma, de acordo com a sua estrutura naquele momento", explica.
Ele acredita que a ampliação do perfil socioeconômico dos internautas deve estimular o interesse de um número maior de empresas em investir em ações de marketing online. De acordo com a avaliação de Tassinari, esse avanço das classes menos abastadas no mundo virtual deve fazer com que lojas que comercializam produtos mais baratos e simples descubram que a Internet pode ser um eficiente canal de vendas.
Para a diretora de negócios online da Age Comunicações, Elisa Calvo, o ambiente na Web reflete o perfil dos seus usuários. Dito isso, a executiva acredita que essa mudança é benéfica na medida em que o objetivo do anunciante é aumentar os seus pontos de contato com o seu consumidor, esteja ele onde estiver. "Se um número significativo de clientes de uma determinada empresa for usuário da Internet, certamente ela vai recorrer a essa ferramenta para chegar até o seu público", explica, ressaltando que essa democratização ainda é lenta.
O diretor comercial do Portal Terra, Marcos Caetano, descarta quaisquer resistências à popularização da Web. Segundo ele, essa ampliação é bem-vinda e agrega valor ao meio", comenta. Até porque, como explica Caetano, uma das características mais marcantes da Internet é a sua capacidade de segmentação de ambientes e, por isso, será necessário desenvolver formatos comerciais que se enquadrem à nova realidade. O executivo acredita que esse processo deve transcorrer sem problemas. "A Internet é a priori um meio segmentado, ou seja, quanto mais amplo for seu público, mais segmentos precisarão existir para atender a essa diversidade", explica.
Tassinari complementa: "Pode acontecer um fenômeno parecido com o que se deu nos shoppings centers, em que foram criados ambientes destinados para as classes A e B e outros para as C, D e E". Mas ele lembra que boa parte desses consumidores está pouco acostumada com a linguagem e o funcionamento das operações online, por isso o sistema deverá ser simplificado. "Teremos de usar menos palavras em inglês e reduzir o número de cliques."
Elisa não considera que os brasileiros mais pobres terão dificuldade para aprender a lidar com a Internet. Ele lembra que quando o uso do celular começou a se popularizar no Brasil também havia um temor de que as classes baixas teriam dificuldade para aprender a usá-lo. "Mas bastou reduzir o custo do uso e da compra do equipamento para que o celular ampliasse a sua presença em todas as classes sociais. Com a Internet, deve ocorrer o mesmo", sentencia.