O Instituto de Criminalística do Paraná voltou a ter, a partir desta quarta-feira (14), o Laboratório de Hipnose Forense, único do gênero da América Latina e que por dez anos, até 2008, ajudou a esclarecer muitos crimes do estado com o uso da hipnose.
O Instituto do Paraná teve este serviço, único no Brasil e na América Latina, entre setembro de 1998 até outubro de 2008. O serviço foi desativado em função da aposentadoria do médico psiquiatra Rui Fernando Cruz Sampaio, responsável pelo trabalho. Como não havia outro perito especializado para substituí-lo, o laboratório permaneceu desativado. Agora, Rui Sampaio foi recontratado pela Secretaria de Segurança, e a intenção é formar novos médicos que assumam futuramente a mesma função.
A hipnose, na criminalística, é feita em vítimas ou testemunhas de crimes como estupro, homicídios, assaltos, atropelamentos e sequestros, para que elas lembrem de fatos e detalhes necessários para fazer um retrato falado, por exemplo, ou revelar características que ajudem a desvendar os crimes.
O critério para utilização da prática é um trauma psicológico, chamado de transtorno de estresse pós-traumático, que é quando a vítima cria uma amnésia parcial ou total do momento em que ocorreu o crime.
Trata-se de uma ferramenta importante para a investigação, uma vez que o delegado responsável pela investigação, ao sentir dificuldade da vítima em descrever o crime, pode solicitar a realização da hipnose. O processo, no entanto, só é feito com a autorização da vítima ou de seus pais, em caso de menores.
De acordo com o perito Rui Sampaio, com a hipnose as vítimas podem lembrar de fatos ocorridos há dias, meses ou anos. Nos dez anos em que o laboratório funcionou, de acordo com ele, foram atendidos cerca de 700 casos, que obtiveram quase 100% de sucesso, com a hipnose, na obtenção de um retrato falado ou no esclarecimento dos acontecimentos no local e dia do crime.