O governo do Estado escolheu a véspera do Dia do Índio para aprovar o projeto de lei nº 232/2000, que garante o acesso diferenciado dos índios às universidades. As cinco universidades estaduais terão que destinar três vagas por ano exclusivamente para a comunidade indígena. A Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior é que vai estabelecer as regras para que a lei seja cumprida pelas instituições envolvidas.
O autor do projeto, deputado estadual César Silvestre (PPS), afirmou que a idéia é resgatar o direito que os índios têm de poder competir em igualdade de condições no mercado de trabalho. Consta na justificativa do projeto que "a população indígena, a partir do contato com os não-índios, suportou toda sorte de adversidades e até hoje sofre preconceitos e discriminações, com grandes dificuldades e falta de apoio quando quer, voluntariamente, incorporar-se à vida nacional".
Para Silvestre, garantindo o acesso à educação, será possível assegurar a melhoria da qualidade de vida das tribos. Ele acredita que os índios poderão aplicar seus conhecimentos na sua reserva, melhorando as condições de saúde, educação e técnicas agrícolas. "Muitas tribos do Paraná, que se mantêm da agricultura de subsistência, estão morrendo de fome", afirmou.
A única garantia dada aos índios, até agora, é o ensino infantil. As reservas indígenas do Paraná contam com 26 escolas, de 1ª a 4ª série.