Paraná

Índios sofrem com falta de estrutura no Paraná

13 dez 2000 às 12:03

Problemas de infra-estrutura, de saneamento básico, de falta de medicamentos para os índios que vivem no Litoral Sul do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Este foi o tema central da 1ª Reunião do Conselho Distrital de Saúde Indígena Litoral Sul, em Curitiba. Em destaque as formas de prevenção e combate a problemas de saúde que fazem parte do cotidiano das comunidades indígenas. Segundo dados da Fundação Nacional de Saúde (Funasa/PR), são comuns doenças que tenham relação com a falta de estrutura e saneamento básico. As principais são diarréias, infecções respiratórias agudas, verminoses, parasitoses, desnutrição e alcoolismo. "Estas são as nossas maiores preocupações", destacou o engenheiro Hélio Sanfelice, coordenador regional da Funasa/PR.

"Na área de saúde tivemos melhoras, mas está faltando medicamento", reclamou o representante da comunidade indígena guarani de São Paulo e Rio de Janeiro, Domingos Vinícius. O representante da comunidade guarani do Rio Grande do Sul, Newton de Oliveira, disse que os índios querem ter mais poder de decisão. "O índio só quer terra, educação e saúde", avaliou ele.


Para o desenvolvimento das ações integradas de saúde e saneamento, estão sendo realizadas palestras e organizados distritos com participação paritária para visitar os locais onde os índios vivem e detectar os problemas. Ao todo, são 35 mil índios nos estados do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo. A Funasa recebe para a saúde destes índios R$ 8,5 milhões por ano. "Trabalhamos com recursos limitados, mas contamos com a parceria das prefeituras", destacou. Somente este ano, foram feitos investimentos na área de estrutura das comunidades indígenas paranaenses com a construção de cinco postos de saúde e seis sistemas de abastecimento de água, além dos outros 14 sistemas que já estavam em operação.

Somente no Paraná, são 10,2 mil índios que vivem em 17 áreas, com 85 mil hectares de terra. Eles estão distribuídos em 13 etnias e três idiomas. As maiores concentrações de índios ficam nas regiões de Guarapuava, Londrina e Litoral. "A população indígena cresce. Temos que trabalhar conjuntamente com três itens: saúde, habitação e produção de alimentos", afirmou Edívio Batistelli, assessor para assuntos indígenas do governo do Estado. Até 2002, está prevista a construção de 1,2 mil casas para índios com saneamento básico no Paraná.


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