Paraná

Incidência dos raios UV depende da altitude

19 jan 2001 às 13:06

É meio-dia em Curitiba, em Londrina, na cidade litorânea de Antonina e em Guaíra, no extremo-oeste do estado. O sol bate a pino nas três cidades, mas o índice de raios ultra-violeta (UV) varia de 13 em Curitiba e Londrina, caindo para 12 em Guaíra e 11 em Antonina. Consequentemente, o tempo em que uma pessoa pode ficar exposta ao sol é menor em Curitiba e Londrina do que em Antonina. A explicação para a variação de incidência dos raios UV é a diferença de altitude das cidades. A lógica é a mesma para a recomendação para que se tome sol apenas nos horários antes das 10 horas e após as 15 horas. Nesses períodos, o sol está mais inclinado em relação à terra, tendo que percorrer distância maior e sendo, assim, mais absorvido pela atmosfera.

O principal fator de proteção contra a radiação UV, entretanto, não é a situação geográfica de uma cidade, mas sim a densidade da camada de ozônio (camada que fica a 50 km acima da superfície terrestre) presente na atmosfera. É que o ozônio absorve a radiação dos raios ultravioletas B (UVB), não permitindo que esta chegue em grandes quantidades na Terra. Como o buraco na camada de ozônio está situado na região da Antártida, no polo sul, as cidades com menor latitude, ou seja, mais so sul do planeta, sofrem mais incidência destes raios. É o caso da cidade de Punta Arenas, no sul do Chile, a mais afetada pela redução da camada de ozônio, onde a população é orientada a não sair à rua sem estar muito bem protegida contra o sol.


Nesse sentido, há uma séria preocupação séria mundial com a diminuição do ozônio estratosférico causado pelos compostos à base de clorofluorcarbono (CFC), substâncias químicas usadas em inúmeros produtos comerciais, inclusive aerosóis e refrigerantes. Preocupados com o futuro do planeta, os governos fecharam um Acordo Inetrnacional comprometendo-se a reduzir o uso desses elementos, substituindo-os por outras substências. "Com isso, a camada de ozônio não está mais reduzindo com tanta velocidade e a tendência é que estabilize com perspectivas até de recompor a camada nos níveis anteriores", diz a professora Alice Marlene Grimm do Departamento de Física da Universidade Federal do Paraná (UFPR), especialista em metereologia e variações climáticas. Ela não sabe precisar a extensão dos danos já causados ao ozônio. Segundo estudos da Agência de Proteção Ambiental norte-americana, se não houver um controle na produção de CFC, a densidade de ozônio será reduzida em 40% por volta do ano 2075.

Além da camada de ozônio e da localização geográfica, outro fator determinante na exposição aos raios UV é o horário do dia. "O efeito de escolher a hora certa para tomar sol é maior do que a cidade em que a pessoa está exposta", explica Alice. Embora em menor intendidade, outros fatores que influenciam a exposição ao UV, de acordo com a professora Márcia Campella do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) são o calor, vento, umidade, nível de poluição, presença de nuvens, neve e estação do tempo. As consequências dessa exposição também são influenciadas por fatores como o grau de pigmentação da pele, ou seja, a quantidade de melanina na pele.


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