Os moradores da zona rural de Ibiporã passaram a receber o serviço de coleta seletiva em junho do ano passado. Há seis meses os agricultores contam com dez pontos de coleta de material reaproveitável, localizados em capelas ou comunidades rurais: Três Figueiras, Guarani, Boa Esperança, Saltinho, Recanto Pescador, Barra do Jacutinga, Poço Bonito, Engenho de Ferro, Barreirão e São Pedro. O serviço é ofertado pela Administração Municipal, através do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae).
A operacionalização segue um cronograma específico e a coleta é realizada todas as sextas-feiras. "Porém, onde houver a demanda, o Samae não medirá esforços para realizar a coleta, basta que seja feita uma comunicação oficial e nossa equipe fará uma visita técnica ao local para avaliar a demanda. Em se constatando a necessidade faremos a coleta", explica o diretor presidente do Samae, Claudio Buzeti.
Segundo o diretor de Meio Ambiente da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente (SAAMA), Diógenes Magri, uma média de 8.850 litros de resíduos recicláveis têm sido coletados mensalmente na zona rural do município. "É um volume significativo. Não esperávamos esta adesão dos moradores em tão pouco tempo", revela Magri. O gasto mensal do município com a coleta de material reciclável na zona rural é de R$ 3.500.
Outro dado positivo, aponta Magri, é a disciplina dos agricultores na separação do lixo. "A taxa de rejeito misturado ao reciclável corresponde a 1,46% do total recolhido. O orgânico está em 0,75%. Já na zona urbana, a taxa de mistura é de 20% do material reciclável no rejeito e de 12% de orgânico no rejeito", afirma o diretor de Meio Ambiente. Ao misturar lixo orgânico com o reciclável, o material se contamina e perde sua qualidade e valor, diminuindo a classificação. Por isso, é fundamental que o cidadão jogue o lixo no compartimento correto.
Além de oportunizar melhor qualidade de vida ao morador do campo, a prática também colabora com o meio ambiente. Este material, segundo diretor de limpeza do Samae, Miguel Gardini, seria queimado a céu aberto, liberando para a atmosfera gases prejudiciais ao meio ambiente e aos seres humanos, se não houvesse a coleta.
O lixo despejado irregularmente também oferece risco aos animais, que ao ingeri-lo podem até morrer, além de ajudar na proliferação de insetos vetores de doença, como a dengue. Outra prática irregular, explica Diógenes Magri, é o descarte do material reciclável dentro das caixas de contenção de água das estradas, podendo contaminar os corpos hídricos. "O mesmo cuidado que se tem com a separação do lixo na cidade deve se ter no campo", enfatiza o diretor de Meio Ambiente.