Paraná

IBGE não vê favelas em grandes centros

12 jan 2001 às 10:15

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) não detectou a presença de favelas em Londrina e Maringá, a segunda e terceira maiores cidades do Estado, respectivamente. Os dois municípios não aparecem no relatório preliminar do Censo 2000 sobre a quantidade de áreas irregulares no Paraná. No entanto, não é o que revela os números da Cohab em Londrina (veja matéria nesta página).

De acordo com o chefe de divisão de pesquisa do IBGE no Estado, Sinval dos Santos, nem Londrina nem Maringá concentram imóveis públicos ou particulares invadidos, que reúnam pelo menos 51 construções irregulares em lotes de tamanho desigual, ruas estreitas, sem energia elétrica, água ou saneamento básico.


No ranking estadual, Curitiba lidera com 122 favelas. Ponta Grossa é o município do interior que mais concentra áreas como estas: 22. Em seguida estão Araucária (18 favelas), Almirante Tamandaré (11), Campo Largo (8) e Campo Magro (5). As quatro cidades ficam na Região Metropolitana de Curitiba.


Pelo Censo 2000, o Paraná tem 207 favelas espalhadas por 17 cidades, o equivalente a 4,26% dos 399 municípios. O Estado figura na quarta posição, ficando atrás apenas do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. Sinval dos Santos diz que ainda não é possível saber quantas pessoas moram nestes bolsões de pobreza, já que falta concluir a tabulação das informações prestadas pelas famílias que moram nas favelas.


O secretário de Habitação do Estado, Rafael Dely, chamou o relatório preliminar do IBGE de "diagnóstico incompleto". Para ele, o resultado foi precipitado, pois não considerou a quantidade de moradores de cada área. Dely garantiu que, desde 1997, conseguiu reduzir o número de favelas em 50%.


A partir deste ano, o governo do Estado promete erradicar favelas em 68% dos municípios. O programa vai atender famílias que ganham até três salários mínimos por mês. Elas vão receber financiamento de R$ 3,5 mil para erguer moradias fora de áreas com risco de enchentes e desmoronamentos. O pagamento poderá ser feito em 25 anos com parcelas de R$ 18,00 mensais.

Para impedir que os moradores negociem as casas irregularmente, a permissão de uso só vai ser expedida cinco anos depois que ela estiver concluída. Cada loteamento vai contar com até 30 casas.


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