Projeto ainda está no papel
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) não constatou a presença de favelas em Londrina e Maringá, a segunda e terceira maiores cidades do Estado, respectivamente. Os dois municípios não aparecem no relatório preliminar do Censo 2000 sobre a quantidade de áreas irregulares no Paraná. No entanto, não é o que revela os números da Cohab em Londrina que aponta pelo menos três favelas na cidade.
De acordo com o chefe de divisão de pesquisa do IBGE no Estado, Sinval dos Santos, nem Londrina nem Maringá concentram imóveis públicos ou particulares invadidos, que reúnam pelo menos 51 construções irregulares em lotes de tamanho desigual, ruas estreitas, sem energia elétrica, água ou saneamento básico.
Para a Cohab-Lda, uma favela é uma aglomeração desordenada de barracos sem nenhuma infra-estrutura. Além disso, para ser uma favela o local precisa ter acima de 50 barracos. Para o IBGE, se alguma das moradias tiver algum tipo de infra-estrutura o local é descaracterizado como favela.
"Se for assim no Rio de Janeiro não existe favela, porque lá a maioria dos barracos tem luz. Aqui em Londrina temos três favelas que não apresentam nenhum tipo de infra-estrutura", disse o diretor administrativo da Cohab-Lda, Robinson Talma.
No ranking estadual, Curitiba lidera com 122 favelas. Ponta Grossa é o município do interior que mais concentra áreas como estas: 22. Em seguida estão Araucária (18 favelas), Almirante Tamandaré (11), Campo Largo (8) e Campo Magro (5). As quatro cidades ficam na Região Metropolitana de Curitiba.
O responsável pelo Censo 2000 na região de Londrina, Arnoldo Picelli, disse que o IBGE ainda não pode dizer se Londrina tem ou não favelas porque os questionários com esses dados ainda não foram lidos. "Oficialmente não há nada sobre isso. Somente em julho e agosto teremos esses dados", disse.
As três favelas reconhecidas oficialmente pela Cohab-Lda são a Vila Marizia, fundos do Jardim Pindorama e Favela Cantinho do Céu, no Jardim Paulista.
Leia mais em reportagem de Dimitri do Valle e Edna Mendes, na ediçaão desta sexta-feira da Folha do Paraná/Folha de Londrina