Paraná

Ibama autoriza corte de araucárias em Piraquara

24 out 2001 às 18:33

A Secretaria de Meio Ambiente de Piraquara, Região Metropolitana de Curitiba, decidiu acionar o Ministério Público para tentar impedir o corte de uma floresta de araucárias - espécie ameaçada de extinção - na localidade chamada Roça Nova, zona rural do município. A área tem 240 mil metros quadrados, onde estavam plantadas 19.248 árvores. O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) autorizou o corte dos pinheiros, por se tratar de área reflorestada.

O órgão se baseou no Código Florestal para autorizar a derrubada das árvores, já que o proprietário, Lidovino Colnaghi, apresentou o projeto de reflorestamento da área, feito na década de 80. No entanto, o secretário de Meio Ambiente de Piraquara, João Boaventura, tem outro entendimento. Para ele, a área é de proteção ambiental e, por isto, o que deve valer nesse caso é a Lei 9605/98 ou Lei de Crimes Ambientais, que proíbe o corte de espécies ameaçadas de extinção. "Pode até ter projeto de reflorestamento, mas a lei federal é maior", disse. "A decisão final será da Justiça", completou.


Mesmo admitindo a legalidade do corte, o gerente do Ibama no Paraná, Nilto Melquíades, disse que enviaria uma equipe de fiscalização para verificar se está havendo alguma irregularidade no desmatamento feito em Piraquara. Os fiscais ficaram de ir ao local na manhã desta quinta-feira.


O proprietário da área informou que interrompeu o corte na última segunda-feira, quando recebeu da Prefeitura de Piraquara uma autuação. Ele garante que só estão sendo derrubadas as árvores reflorestadas. "Os pinheiros nativos estão sendo preservados", declarou.

Colnaghi disse que as toras seriam vendidas para uma serraria de Quatro Barras, também na região metropolitana. Ele não soube precisar a quantidade de árvores que já foram derrubadas. "Foi uma semana de corte e as toras ainda estão no local. Dependemos do selo do IAP (Instituto Ambiental do Paraná) para poder carregar." O proprietário disse ainda que aguardará uma posição do Ibama, que foi o órgão que o autorizou, para saber se retoma ou não o corte das araucárias.


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