Paraná

IAP quer maior controle sobre água da Sanepar

07 jun 2001 às 09:12

O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) vai alterar a rotina de análises da água da represa do Iraí (que abastece cerca de 1 milhão de habitantes de Curitiba e região metropolitana). A decisão foi tomada após resultado do laudo do instituto, que avaliou a quantidade de algas na barragem. Pelos exames, os técnicos do IAP consideram que a Sanepar precisa monitorar com freqüência a população de microorganismo da água. Amanhã, uma nova coleta vai ser realizada na represa.

"Nos testes, a quantidade de microorganismos no ponto de captação ficou abaixo do limite especificado pela portaria do Ministério de Saúde", afirmou a coordenadora de Estudos e Padrões Ambientais do IAP, Ana Cecília Nowacki. Nas medições, o nível de contaminação era de 10 mil organismos por mililitros, quando o limite é de 20 mil militros. Os exames do IAP aconteceram três dias após a Sanepar colocar carvão ativado para controlar a superpopulação de algas.


Ana Cecília afirmou que apesar de ser a metade do permitido, essa quantidade de algas merece cuidados. Uma das medidas é quanto ao monitoramento. Segundo ela, o processo que era quinzenal deve ser mensal. No entanto, a Sanepar adotou um sistema de diário de avaliação. Quanto as coletas feitas pelo IAP, a regulamentação determina que esse controle é semestral, porém, por causa das reclamações com relação a qualidade da água da Barragem do Iraí, esse processo vai ser alterado. O prazo será definido nos próximos dias.


As análises do IAP apontam duas espécies de algas - microsystis e anabaena. Essas algas são do tipo cianofícias (conhecidas como algas azuis). Ela disse que essas algas são "potencialmente tóxicas". No entanto, a coordenadora do IAP informou que essa toxicidade é perigosa quando o nível de algas por mililitros está acima de 20 mil.


O problema com algas nas unidades de captação de água da Sanepar vem acontecendo há mais de 60 dias nas represas do Passaúna e Iraí. No fim do mês passado, o gerente de produção, Agenor Zarpelon, admitiu à imprensa que a população de Curitiba e região metropolitana deve continuar tendo problemas com a qualidade da água consumida. As algas afetam a qualidade da água fornecida, que apresenta gosto e cheiro de barro ou mofo.

As algas das duas represas de Curitiba são as mesmas que afetam a Represa Billings, de São Paulo (SP).


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