Paraná

IAP determina limpeza fina dos rios poluídos por óleo

26 abr 2001 às 08:40

O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) notificou ontem a Petrobras, a Concessionária Ecovia e a Transportadora Relógio para que as empresas se comprometam a fazer a limpeza fina nos rios da Serra do Mar, atingidos por quase 30 mil litros de óleo de navio. O vazamento do produto foi provocado por um acidente envolvendo dois caminhões no Km 42 da BR 277, sentido Curitiba-Paranaguá (Litoral do Estado), no último dia 16. Segundo o IAP, a limpeza bruta do óleo acaba hoje, mas o órgão quer que a limpeza fina - que consiste na retirada de todos os resquícios do produto dos rios e margens atingidos - comece amanhã.

A notificação foi entregue durante uma reunião entre o IAP e representantes das empresas e causou a indignação da Petrobras e da Ecovia. Segundo informou a assessoria de comunicação da Petrobras, a limpeza já estava sendo realizada sem nenhuma notificação oficial desde o dia do acidente. O que aconteceu, segundo confirmou a assessoria, foi uma redução do número de pessoas que trabalham no local.


Durante o trabalho de limpeza dos Rios dos Padres e do Pinto, atingidos pelo produto, cerca de 500 pessoas trabalharam no local. Ontem, menos da metade desse grupo estava realizando os últimos trabalhos de limpeza bruta da região. O IAP teme que, após a conclusão da limpeza bruta, a retirada do óleo impregnado nas pedras e nas margens dos rios, por exemplo, seja negligenciada.


Por isso determinou que as três empresas mantenham pelo menos 90 homens fazendo o trabalho de remoção de óleo das áreas mais delicadas. O trabalho será coordenado pela Petrobras e fiscalizado pelo IAP e ainda não tem data para ser finalizado.


Na região atingida, a pesca e o consumo da água foram proibidos ainda sem data para ser liberados pelo IAP. Segundo o superintendente do IAP no litoral Hamilton Bonatto, na última semana, o instituto chegou a recolher cerca de 5 quilos de peixes mortos nos rios, o que ainda confere risco para a população. "Se os peixes estão morrendo, significa que a água ainda está contaminada pelo óleo", explica.

Por esse acidente, a Petrobras foi multada pelo IAP em R$ 7 milhões. A Ecovia e a Relógio foram multadas em R$ 500 mil cada uma. As empresas informaram à Folha que ainda não receberam o comunicado oficial da multa e não vão se manifestar. A Ecovia, no entanto, informou que vai recorrer da multa, por entender que não foi responsável pelo acidente e que prestou atendimento necessário.


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