Aproximadamente mil pessoas participaram do 7º Grito dos Excluídos, em Curitiba. No Paraná, a principal reivindicação do movimento foi a realização de um plebiscito para decidir a privatização da Companhia Paranaense de Energia (Copel).
Os manifestantes se reuniram na Paróquia Santo Antônio Maria Claret, no bairro Boqueirão. De lá, seguiram até a favela Pantanal, no mesmo bairro. De acordo com o bispo auxiliar de Curitiba e coordenador da Comissão Pastoral da Terra, Dom Ladislau Biernaski, a cada ano o Grito - que é organizado pelas Pastorais Sociais em parceria com o Conselho Nacional de Leigos e a Pastoral da Juventude - é realizado em uma área carente de Curitiba. "Nesta favela há uma questão social muito grave. Quase 700 famílias vivem sem condições mínimas. Eles deveriam ser relocados, pois é uma região de cavas."
Dom Ladislau considera importante a conscientização das pessoas contra a privatização da Copel. "A igreja se engajou e vai continuar insistindo na realização de um plebiscito, articulado pelo Fórum Popular." Além da Copel, o Grito deste ano, que trouxe o slogan "Por amor a essa pátria Brasil", teve reivindicações nacionais. Os manifestantes protestaram contra a implantação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) e também coletaram assinaturas para cobrar uma posição do presidente da Câmara dos Deputados, Aécio Neves (PSDB), sobre o plebiscito contra o pagamento da dívida externa, realizado no ano passado.
Integrantes do Movimento Sem Terra (MST) também participaram do Grito. De acordo com o coordenador do MST no Paraná, Roberto Baggio, a manifestação é "fundamental porque reúne organizações populares na tentativa de ajudar na recuperação da soberania e da independência do País."
Para o contador Valdecyr dos Santos Xavier, 48 anos, morador do Boqueirão que participou do Grito pela terceira vez, é importante mostrar a "revolta contra os desmandos do governo. Temos que gritar contra as injustiças sociais."