Paraná

Grito dos Excluídos deixa o centro e vai à periferia

07 set 2007 às 16:17

No Paraná, a principal manifestação do 13º Grito dos Excluídos está concentrada na periferia de Curitiba. Cerca de 700 manifestantes saíram às 9 horas deste feriado do Parque Metropolitano em passeata até a reserva indígena do Cambuí , passando por áreas de ocupação nas margens do Rio Iguaçu, como a região de Icaraí e Vila Audi.

Segundo o representante da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), Waldemar Simão Júnior, neste ano a organização do movimento decidiu por atividades diferentes dos últimos dois anos.


" Em vez de disputar a atenção do público no Centro Cívico, onde está sendo realizado o desfile militar de 7 de Setembro, os manifestantes decidiram ir até os marginalizados. Vamos mostrar aos moradores de periferia situações concretas das dificuldades que enfrentam os excluídos. Não pode haver independência enquanto houver no país tantos marginalizados".


De acordo com o sindicalista, somente na área onde está hoje o Grito dos Excluídos, vivem cerca de 2 mil moradores. "Se conseguirmos a anulação da privatização da Companhia Vale do Rio Doce, os lucros podem ser aplicados em políticas públicas".


Milhares de panfletos estão sendo distribuídos, informando à população da importância da visibilidade e credibilidade ao plebiscito popular que está em andamento sobre a possível reestatização da Vale, destacando o tema deste ano "Isto não vale - queremos participação no destino da nação".


Na aldeia do Parque da Reserva Biológica Cambui, estão cerca de 150 pessoas, das etnias guarani e kaingang, que vivem basicamente do artesanato. "Não há infra-estrutura e eles ainda são alvos do preconceito da população curitibana", denuncia. Segundo ele, os moradores da região de Icaraí e Vila Audi serão beneficiados com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que deverão ser aplicados na habitação e saneamento, mas falta uma política de desenvolvimento mais agressiva por parte do município.

ABr


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