O primeiro dia da greve geral dos professores da rede estadual de ensino começou com controvérsias na divulgação dos números de adesão ao movimento. Enquanto a Associação dos Professores do Paraná (APP-Sindicato) garantiu que 50% dos professores cruzaram os braços em todo o Estado, a Secretaria de Estado da Educação informou que "pouquíssimos professores deixaram de comparecer às salas de aula".
A Secretaria alega que em Curitiba a greve atingiu cerca de 10% das escolas. Em Londrina, um dos maiores núcleos, com 127 escolas, 4 mil professores e 107 mil alunos, 2,6% das escolas aderiram à paralisação.
A deflagração da greve foi marcada por manifestações públicas nas principais cidades do Estado. A APP-Sindicato estima que, em Curitiba, cerca de 2 mil professores e funcionários participaram do protesto, na praça Santos Andrade, de onde os manifestantes partiram em direção à Assembléia Legislativa.
Em Maringá, Cascavel, Campo Mourão e Foz do Iguaçu os professores também saíram às ruas. O movimento foi mais tenso em Londrina, onde alunos que apoiavam a manifestação e professores tentaram invadir a sede do Núcleo Regional de Educação.
A expectativa do presidente da APP-Sindicato, Romeu Miranda, é de que a partir de segunda-feira a adesão chegue a 60% dos 50 mil professores. Nesta sexta-feira, uma comissão de professores se reunirá com o chefe da Casa Civil, Alceni Guerra, para discutir as reivindicações. "Espero que tenhamos uma proposta. O governador tem a obrigação de retomar a normalidade do ensino", declarou.
A categoria reivindica reajuste salarial de 50,03%, implantação de um plano de carreira, cargos e salários, adoção de hora-atividade de 20%, revogação do decreto da Secretaria de Estado da Educação que trata do processo de escolha dos diretores e a suspensão do projeto 411/00 que, de acordo com a APP-Sindicato, extingue a carreira estatutária.