O delegado-chefe da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), Rubens Recalcatti, afirmou nesta terça-feira que deve indiciar Patrícia Cabral da Silva, 22 anos, por roubo e formação de quadrilha. Funcionária de um posto de combustíveis, ela passou de vítima de um assalto ao estabelecimento a suspeita de ser a mentora do crime. Durante o roubo, Patrícia, que estava grávida de cinco meses, foi baleada na barriga. O delegado deve interrogá-la ainda esta semana.
As acusações contra Patrícia vieram à tona na última segunda-feira, quando o advogado José Carlos Veiga, que defende dois dos três acusados do crime, entregou a Recalcatti uma fita com a gravação de um diálogo telefônico. Nela, Luís Carlos Cândido, um dos envolvidos no assalto, conversa com uma mulher que supostamente seria Patrícia. O homem mostra-se preocupado com a possibilidade de ser preso e afirma que o plano arquitetado pela mulher não havia dado certo.
Segundo a acusação, Patrícia teria dado detalhes sobre o funcionamento do posto para que os homens roubassem cerca de R$ 60 mil que estariam guardados em um cofre. Além disso, mesmo grávida de 5 meses, ela teria pedido aos assaltantes que atirassem em sua barriga. Sua intenção seria pedir uma indenização de R$ 150 mil aos donos do posto. Por sorte, a bala passou a milímetros do feto. Saudável, a criança nasceu no último dia 20.
A fita com a gravação telefônica foi enviada por Recalcatti ao Instituto de Criminalística, que vai periciar o material. Mas mesmo antes da conclusão da análise, o delegado afirma que vai ouvir Patrícia novamente. ''De qualquer maneira, ela vai ser interrogada e deve ser indiciada por roubo e formação de quadrilha'', disse Recalcatti. Por enquanto, não existe data marcada para o depoimento, mas a expectativa é que ele aconteça ainda esta semana.
Folha de Londrina