Paraná

Gaeco indicia 27 por esquema de falsificação em Apucarana

18 abr 2013 às 20:15

O Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) indiciou 27 pessoas, em inquérito concluído nesta quinta-feira (18), acusadas de participar do esquema de falsificação descoberto na última terça (9) em Apucarana. Durante as diligências da operação denominada "Jolly Roger", 26 pessoas foram detidas e milhares de produtos falsificados foram apreendidos. Empresários e funcionários são acusados de corrupção ativa e formação de quadrilha.

O Gaeco também determinou o fechamento de pelo menos 14 fábricas, supostamente utilizadas para a produção das falsificações, e descobriu um esquema paralelo de pagamento de propina a policiais civis. Em troca da vantagem indevida, os oficiais acobertavam e protegiam a produção pirata.


Em entrevista coletiva, o delegado do Gaeco, Alan Flore, confirmou que os empresários pagavam R$ 3 mil mensais a cada um dos três policiais presos na última semana: o então delegado-chefe de Apucarana, Valdir Abrahão, e dois investigadores, identificados como Edson Sanches Antunes e Sebastião Vanderlei.


Pelo menos quatro empresários - também detidos - confirmaram em depoimento nos últimos dias que foram assediados pelos policiais. "São elementos suficientes para comprovar a participação dos agentes públicos. Toda a apuração será enviada agora à Corregedoria da Polícia Civil para que as providências administrativas sejam tomadas", disse o delegado, revelando que um policial militar aposentado também estaria envolvido no esquema. O PM, segundo as investigações, era o responsável por pegar a propina com os empresários e repassar aos demais oficiais. Os policiais respondem acusação de corrupção passiva e formação de quadrilha.


De acordo com Flore, 23 das 27 pessoas indiciadas permanecem presas, a maioria na unidade dois da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL 2). Os policiais civis estão em uma unidade especial em Curitiba e o policial militar no Batalhão da PM de Apucarana. Maria Bertoli, mulher do vereador Mauro Bertoli (PTB), pagou fiança e responde às acusações em liberdade. O empresário Michel Barreto, por sua vez, conseguiu o direito de prisão domiciliar na Justiça após alegar problemas de saúde.


O delegado Alan Flore lembrou ainda que quatro dos 27 indiciados também devem responder por crime de lavagem de dinheiro. Durante as diligências, as equipes de investigação descobriram que os empresários acusados se utilizavam de cheques para 'lavar' cifras milionárias. Em uma empresa, os promotores apreenderam R$ 2 milhões em cheques. Em outra fábrica, a abordagem foi feita no momento em que inúmeros cheques chegavam da Bahia por meio do Sedex dos Correios. Segundo investigações, os cheques eram utilizados na compra de imóveis. As transações ajudavam a esconder o esquema, de acordo com as investigações.

O inquérito do Gaeco vai ser encaminhado para o Ministério Público, que ficará responsável por oferecer denúncias contra os acusados.


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