Uma onda de furtos de placas fúnebres vem deixando os moradores de Tamarana (Região Metropolitana de Londrina) revoltados. De acordo com uma das vítimas, a prática se tornou um problema para os moradores da região por se repetir diversas vezes.
O autônomo Ismair da Luz teve a placa do túmulo do seu pai furtada. Emocionado, o homem de 48 anos diz que não tem sossego, já que o crime acontece constantemente no Cemitério Municipal José Bolotari.
"Isso aí dói para um filho. O cara cuida tanto do túmulo do pai e chega agora e vê tudo destruído. E não é só do meu pai, não. Tem um par de placas roubadas aqui também. Como é que nós vamos fazer? Alguém tem que tomar providências aqui em Tamarana. Tinha que ver quem está fazendo isso e deixar um tempo na cadeia", diz o autônomo, com a voz embargada.
Outra vítima, que não quis se identificar, conta que o túmulo do seu pai e do seu irmão também foi violado.
"Já é a segunda vez que arrebentam e fazem esse dano aqui. E tem mais gente por aí que não reclamou. Isso aí é triste. A gente considera deixar bem guardada as coisas da família da gente e vem uns bandoleiros revirar as coisas. A gente precisa de mais segurança", diz.
Ismair Luz também afirma que procurou o departamento de polícia de Tamarana para denunciar os furtos, mas foi advertido pela PM (Polícia Militar) de que os BOs (Boletins de Ocorrência) somente poderiam ser feitos em Londrina, o que dificultou o registro formal contra os crimes. Procurada, a PM de Londrina disse que "os crimes de furtos são registrados na delegacia da Polícia Civil, a não ser que o crime esteja acontecendo no momento ou tenha ocorrido há pouco", tornando necessário, assim, a vítima acionar a Polícia Militar pelo telefone 190.
Sobre a informação que o autônomo recebeu ao tentar registrar o BO, a PM informou que essa prática não é comum para a polícia de Tamarana e que todo e qualquer boletim de ocorrência deve ser registrado dentro do município. A PM ainda adverte que informações como essas recebidas por Luz são passíveis de punição e devem ser denunciadas na corregedoria pelo telefone (43) 3342-1139.
Confira o relato gravado por Ismair Luz ao se deparar com o túmulo do seu pai violado:
*Sob supervisão de Fernanda Circhia