Os funcionários técnico-administrativos do Hospital de Clínicas de Curitiba prometem uma paralisação geral a partir desta quarta-feira. A decisão foi tomada em assembléia da categoria nesta terça-feira. Eles estão revoltados com a determinação do Ministro da Educação, Paulo Renato, de suspender o repasse do dinheiro destinado ao pagamento dos salários dos servidores das universidades federais, como repressão à greve iniciada no dia 22 de agosto. O pagamento dos funcionários é sempre feito no segundo dia útil de cada mês.
A medida atinge, inclusive, quem continua trabalhando. A maior parte dos 2.050 funcionários do HC, por força de uma liminar, já havia retomado suas atividades no dia 3 de agosto. Segundo informou o presidente do sindicato que representa a categoria (Sinditest), Antônio Néris, desde o dia 20 de agosto o hospital está com o atendimento normalizado.
Os servidores do Hospital de Clínicas iniciaram uma paralisação no dia 25 de julho. Uma primeira ordem judicial determinou a manutenção de 30% do quadro de funcionários trabalhando. A segunda liminar obrigou o retorno de todos os servidores ao trabalho.
Néris aposta numa adesão maciça dos funcionários do HC à paralisação proposta pelo sindicato. "Com a revolta que o pessoal está acredito que todos irão cruzar os braços", afirmou. Segundo ele, se 60% dos servidores aderirem ao movimento, o funcionamento do hospital já fica inviabilizado.
A Universidade Federal do Paraná, segundo informou sua assessoria de imprensa, considera uma "injustiça" a atitude do governo, até porque a greve dos servidores ainda está em julgamento, e prejudica todos os servidores, inclusive, os que estão trabalhando.